domingo, 30 de junho de 2013

A música que sempre me acompanha

Seu Nome Luiza Possi. Quando essa boca disser o seu nome, venha voando Mesmo que a boca só diga seu nome de vez em quando Posso enxergar no seu rosto um dia tão claro e luminoso Quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso do amor... Quero que você me dê o que tiver de bom pra dar Ficar junto de você é como ouvir o som do mar Se você não vem me amar é maré cheia, amor Ter você é ver o sol deitado na areia Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo cuidado Não traga a tempestade depois que o sol se pôr Nem venha com piedade porque piedade não é amor

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Balão

Destituída de tudo, decidiu seguir sem eles, livrar-se deles. Escolheu, de comum acordo com o triste reflexo de seus olhos apagados no espelho, que ela mesma matasse aquelas velhas expectativas fadadas ao fracasso pelo tempo, que se estendera demais, e pela vida, que insistia em mostrar-se apática e fria. Colocou tudo em um balão e soltou aos céus. Que o vento os levasse, que o sol os esquentasse ou a chuva, se possível assim o fosse, os molhasse até que desmanchassem como pedaços antigos de papel amarelado. Que subissem bem alto e voltassem ao ponto de origem se o destino assim o determinasse… Que vagassem pelo mundo, sobrevoassem outras paisagens, se redescobrissem na insistente exploração daquele sem fim azul… Que ganhassem outras formas, se readaptassem conforme o balançar daquele balão repleto, onde as vontades perdidas se misturavam aos desejos abandonados… Subiu pro céu um balão pesado, que carregava todos os sonhos que desistira de sonhar… Ela ficou lá, observando seu balão subir e esperando, com a sagacidade sonhadora da menina que ainda abrigava dentro de si, que o futuro trouxesse de volta a possibilidade de sonhar pelo menos mais uma vez.