segunda-feira, 17 de maio de 2010

Boneca de pano


É a vida passa

Nas voltas dos ponteiros

Vão os dias

Sem despedir

A noite fica fria

E os sonhos sem luz

O futuro amedronta

A garota que cresceu

Sem estar pronta

Garota da boneca de pano

Mulher de muitos planos

Planos que não passam de planos.

Sonhos que não saem do travesseiro.

Boneca de pano no abandono.

Menina de rua, quase nua.

Coração solitário! Alma sem dono.

Ela tem como teto o sol e a lua.

Ironia do destino! Ela não tem ninguém.

Boneca e bonecas! Solidão tão crua.

Solidão a caminho! Lágrimas e espinhos.

Ela e a lua! Ela e o sol nas ruas.

Ela não tem ninguém, podia ser sua.

Boneca de pano, largada no canto.

Solitária, crua.

Com uma pedra no peito, com o olhar nas ruas.

Com o coração nos planos e alma tão sua.




Adri.

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