segunda-feira, 13 de maio de 2013

Liberta

Decidida a não mais arcar com aquela presença ou com as conseqüências dela, despiu-se do manto negro que a esquentara e acolhera durante tempos, desnudando sem receios as fraquezas que ainda escondia. Se viu grande, enfim! Liberta da sujeição da companhia de outrora, seguiu sozinha sem o peso etéreo acinzentado do passado que deveras a consumiu. Como pluma ao vento, deslizava livre por entre as entranhas e desejos de si, flutuava através do que construía de novo sobre aquela desconstrução antiga; se fazia mais por refazer-se do menos que tornara-se, alimentando o mais que podia ser. Se descobriu capaz por ser capaz, se viu forte por ser forte. E o doce se fez mais doce, assim como o amargo se fez deliciosamente mais amargo… Repentinamente apagou a brasa da morte sem nenhum arrependimento pelos tempos de suicídio vividos até então; inesperadamente acendeu a chama da vida. Pra surpresa dos incrédulos, eclodiu acesa! ***

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