Diante do mundo, eis que sinto uma leve inveja, daqueles que residem na caverna. Ter conhecimento, ter sabedoria, se arrastar para sobreviver ao mundo e a todos os delitos que o outro ser da nossa própria espécie nos causa, não torna ninguém melhor! É como ver o gato comendo outro gato, os filhotes, aqueles que por um certo instinto, a mãe elimina antes que ele venha a sofrer no mundo e toma o sangue como benefício a sua própria anemia, pós-parto. Mas os humanos não matam humanos, para protegê-los. Ao contrário, eles respeitam o direito da existência, mas de todo o resto, jamais!
"As belas intenções não alteram o caráter prepotente da ação. Na verdade, egoísta é quem quer ver sua vontade satisfeita, mesmo se isto for unilateral. Ele não está ligando a mínima para o outro."
É exatamemte assim que os humanos agem. Parece não haver bordas, desejos. Apenas ego em cima de ego.
É quando você percebe, gente atropelando gente.
Gente tomando pra sí, o direito sobre a vida do outro e isso inclui:
Achar que tem liberdade para se aproximar do outro, do cachorro do outro, do amigo do outro..até que tenha confundido tudo o suficiente, para desequilibrar as relações que deveriam ser naturais, mas não são.
De fato, busco fazer amigos. Conhecer mais pessoas, saber da história delas. Valorizar o que há de melhor. Babaquice. Talvez o recíproco aconteça raramente. Como o raio que cai duas vezes no mesmo lugar.
Mas isso não é conceito de quem pode ser solitário, ao contrário, isso é conseguir perceber o momento certo para usar o velho filtro de café e saboreá-lo, apenas com aqueles que te olham no olho e que sabem a medida certa do açúcar, do amigo que o toma com leite, ou mesmo aquele que prefere o amargo.
Há um tempo atrás, vim neste mesmo blog e falei a respeito das mesmas coisas, mas aprendi a tirar pessoas da minha vida, com uma certa educação. Sem desgastes. Sem transtornos. Com certeza, dói. Machuca. Fere!
Mas até a ferida aberta, tem a hora que cicatriza e no meu caso, costumo esquecer. Não porque quero, mas porque meu corpo exige uma conexão verdadeira. Se não houver, não tem café, não tem sorriso e tão menos, olhares trocados.
As atuais circunstâncias não são leves, mas pela primeira vez, reconheço-as como necessárias. Cada dúvida, vai se apagando diante dos dias e noites que carrego sozinha afetos, os quais não quero mais externar.
Essa doce fragilidade, faz com que o mundo te ache vulnerável para tudo. Como se o verme não usasse como defesa, o seu ato de encolher-se para que seu algoz, usando de seu ego inflamado, caia no erro da vitória da execução, bem sucedida.
É assim que os vermes mais disseminadores de defesa e veneno, defendem- se e reproduzem seu bando, para mais tarde, agonizar a vitória final.
O sinal de fraqueza, dado por mim, pode tornar-me presa aos delírios de não ser mais doce, nobre; porém jamais, jamais devem achar que o delírio que é meu, aos olhos teus, não tenha um sentido. Não tenha a origem, baseado em experiências e na ausência da energia que não se atrai.
Freud foi pioneiro ao observar que o caráter e seus traços poderiam ser explicados como sendo transformações permanentes dos impulsos primitivos, infantis. Wilhelm Reich foi o primeiro teórico que se preocupou em formular uma teoria coerente do caráter, onde dizia que “o caráter consiste numa mudança crônica do ego que se poderia descrever como um enrijecimento” (Reich, 1989, p. 151).
O ego inflamado dos humanos, me assusta! Quando o meu está ferido, não me causa o mesmo efeito. Ao contrário, me encoraja!
Já perdi tempo, dinheiro, valores, créditos, sentimentos. Decretei o estado de falência familiar, mas isso não significa que não tenha contribuído com outros detalhes, que deixei passar por ser muito, muito passiva.
Ser alguém que, ainda se importa com o outro, neste mundo, é um dos maiores pecados cometidos. Não contra as leis de Deus, mas contra a lei dos humanos.
" A finalidade do caráter é proteger o ego dos perigos internos e externos e, como função protetora, limita a mobilidade psíquica da personalidade. Essa função protetora podemos chamar de couraça de caráter, que se forma como resultado crônico do choque entre exigências pulsionais, o mundo externo que frustra essas exigências e a censura que impomos a nós mesmos. "
Caráter é comportamento característico, é expressão psíquica e corporal, seja ela mais contraída ou mais expandida, é uma possibilidade de ser e de estar no mundo. É a manifestação de uma pulsação energética que produz movimento. Ou seja, a ligação energética, diz muito sobre o caráter do outro. Costumo ser consequente, ser dura comigo. Ser " O Caxias " da minha própria vida. Estimulo nos outros, a mesma vontade de vencer, de ser livre e bondoso. Não sou um buda, tenho defeitos, mas nunca precisei ficar em posição de Lótus, para convencer um outro ser humano, que tenho melhores capacidades ou movimentos mais livres. Mas vejo sempre um nível de bajulações, que não são feitas por pessoas essenciais, mas que a idéia, era não ser desagradável ou mal educada. Mas como? Como ser buda? Relevar? Perdoar?
Como pode o ego ser tão bom e desequilibrado de humano para humano?
Não sei, mas vou aprendendo...buscando...resistindo...
2018, 2019...anos que estão por aí, acontecendo...
Levando todos nós para as guerras diárias...
Alguns entendendo a dinâmica e sobrevivendo, outros irmãos estagnados e sem esperança.
Que possamos confiar nos irmãos de trincheiras e que sejamos pilares, uns dos outros, para vencermos esta guerra que chegou e levou tantas coisas de tantos de nós!
#RESISTIREMOS