
Dois milênios de ideias sobre o amor, de Sócrates a Simone de Beauvoir. O leitor conhecerá esse sentimento peculiar, capaz de oscilar entre a sublime idealização da alma e o mais mundano deleite da carne. Os fracassos de Nietzsche em suas investidas junto às mulheres e o perfil galanteador de Sartre certamente influenciaram suas maneiras de pensar a experiência amorosa.
Visões do amor, segundo o livro:
Lucrécio : "Quando um andarilho esgotado encontra a cama onde se esticar, respira tranquilo. Quando um faminto esvazia o prato de feijão, fica saciado(...)
Quando um amante possui sua amante, a preocupação de fundo que o atormenta não é em nada aliviada. Muito pelo contrário, com a promiscuidade sexual e afetiva apertando os nós que o prendem, ele passa a ser um mero dependente."
Montaigne: " Com a consciência da finitude humana, devemos então gozar ao máximo da vida(...) Com a sensualidade transformada em virtude, ainda se faz necessário mostrar-se artista na arte de praticá-la. Atiçar o desejo, fazer o prazer durar. È a caçada que é seu tempero, não o desenlace. Logo, tudo o que adia o gozo aumenta-o."
Schopenhauer: " O amor é uma série de posições ridículas assumidas por dois idiotas e que não leva a nada. Não espanta, portanto, aos olhos desse feroz defensor do celibato, que a coisa se realize ao abrigo dos olhares, em lugares fechados, e o mais das vezes na penumbra. Com efeito, não há por que ter orgulho a respeito desse ato um tanto repulsivo que poderia ser ridículo se não fosse trágico."
Sartre: "Quem suportaria ouvir-se dizer 'Eu te amo por fidelidade á fé que uma vez lhe jurei?'
Assim como, emfim, ninguém se satisfaria com um amante cujo sentimento se resumisse ao projeto de ser amado, de "viver uma história", de existir no olhar fascinado de um outro. Ou melhor, sim a maioria satisfaz-se dessa forma, mas isso é justamente um lamentável simulacro da idéia de Sartre do amor verdadeiro."
Agora vem a visão desse cara aqui........

Nietzsche: " O amor é carniceiro , quer possuir inteiramente seu objeto, reinar indivisivelmente, corpo e alma, sobre o coração de sua vítima, dominá-la, devorá-la mesmo. Sim, o apaixonado ás vezes sonha avidamente, qual um vampiro, chupar o sangue que ele vê escorrer na pele translúcida de um decote. E sorvê-lo até a última gota a fim de eternizar dentro de si essa outra que ele ama e odeia porque lhe escapa."
Para justificar, então, a abordagem do livro sobre o amor, os autores escreveram: "O pensamento do amor sempre foi escrito com o próprio sangue dos filósofos, com suas dificuldades singulares, suas neuroses, seus êxitos amorosos"
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