segunda-feira, 26 de julho de 2010

a real..

Na hora de listar as qualidades que a gente quer encontrar nas pessoas com quem iremos nos relacionar vida afora, está lá a indefectível “sensibilidade”.
A gente quer que o patrão seja sensível e não um grosso. A gente quer que nossa amiga seja sensível e não um trator. A gente quer - e como quer! - que nosso namorado seja sensível e não um machista brucutu.
Encontrar sensibilidade nos outros é meio-caminho andado para o entendimento. E sermos, nós mesmos, sensíveis, também é um filtro bem-vindo, é a sensibilidade que permite nossa comoção diante de um quadro, de uma música, de um amor que nos arrebata ou de uma perda irreversível.
Mas admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente.Tem horas em que o filtro não filtra coisa nenhuma: permite que a gente seja atingido profundamente por coisas que mereceriam menos entrega. Cultivamos mágoas por coisas que nos aconteceram 15 anos atrás, remoemos culpas que já foram mais que perdoadas e esquecidas, temos nosso sistema nervoso totalmente abalado porque alguém compreendeu mal nossas palavras, sofremos por questões insolúveis, sofremos, sofremos, e sofrer dá uma senhora consistência à nossa vida, mas como cansa.
Às vezes me farto dos ideais que persigo e que, por serem ideais, nunca se concretizarão plenamente. A vida é defeituosa, imprevisível, nada é exatamente como a gente gostaria que fosse - e sensibilidade é algo que faz a gente aceitar isso e ser feliz do mesmo jeito. Já sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga à toa. Uma certa frieza nos faz andar mais rápido, não nos retém.
Como se mede, se pesa, se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva? No quanto ela joga a nosso favor ou contra. Sensibilidade suficiente refina você, lhe dá um foco na vida. Já a sensibilidade excessiva faz de você protagonista de um dramalhão mexicano. Temos escolha? Não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras. Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade, uns com leveza, outros com fartão de si mesmos. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis.

Paz

Carrego-me às costas, sem me poder livrar de mim. Aperto os sentidos para me afastar. Chove lá fora e cá dentro. Faz frio.

Entreguei-me ao tempo como exilada de mim própria.
Fico, irremedialvelmente, em mim.
Na vida que tenho e no que não tenho.
No que faço, no que não faço e no que quero fazer.
Por vezes escondo-me... porque é mais fácil.
Fico na vida. Por opção? Ou porque é mesmo assim?
Sei que vou chegar ao meu lugar, um dia.
Mas a alma fraqueja e o corpo fica quieto.

Sei que vou chegar ao meu lugar.
Pena que não seja hoje.
Não é hoje.
É certo.
Sei que um dia verei alguém através de alguém e..
meus olhos nos olhos de outro,
minha carne no sabor de outra típica boca
meu cheiro nos sentidos de outra pessoa
e meu ser dentre tantos muitos.
Morro e doou tudo o que é meu, só me deixem meus olhos, para que eu veja meu caminho de paz.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A minha ída...

Nós, como um abraço perfeito de quem ama.
Como Xango casado com Oxumaré descobriu
Que os dois não estariam a cá.
Xangô quase no céu, Oxum no rio.
Levo-te por dentro. Ligando o céu ao mar.
A cada arco-iris, eu vou te buscar.
E para que nosso amor não seque o mar.
Em forma de serpente ,vou ficar.
Para que desça até a terra á me buscar
Estou nos teus braços
Não estamos cá
Estamos além do mundo
Estás na minha pele...em forma de chuva com raiva,amar..



Adriene C. Moraes

Então vamos á ela


Você algum dia se sentiu péssimo por perceber que nunca vai conseguir mudar o mundo?
Perdeu um dia aquela esperança de todo jovem de querer fazer todos ficarem felizes e acabar com a miséria, fome, etc?
Sentiu que pessoas com tanta instrução quanto a sua ou até mais, não usam isso para fazer as pessoas se sentirem bem, apenas para melhorar a sua própria vida?
Eu já... por um instante o mundo perdeu seu encanto.
Quando menos percebi já estava dando risada de novo, como se estivesse tudo bem.
A gente se conforma e isso é uma das piores coisas que se percebe ao longo da vida.
Isso acontece com muitas pessoas, infelizmente precisamos disfarçar esta tristeza para não perdermos a vontade de viver.
Mas o que realmente podemos fazer para ajudarmos pessoas ao nosso redor?
Quanto ajudar? Quanto tempo, dinheiro, humor da sua vida gastar para ajudar os outros?
Qual seria a porcentagem da sua vida gasta para ajudar alguém sem necessariamente obter um retorno por isso?
Várias são as perguntas. Problemas sempre surgirão.
Outro ponto seria o quão efetiva esta ajuda seria. Será que a ajuda dada resolve de maneira esperada o problema a ser resolvido? Ou será que o dinheiro enviado para ajudar alguém a comer está sendo gasto para encher o copo de vodca de outra pessoa?
Podemos ajudar inúmeras pessoas. Mas será que estas pessoas que foram ajudadas serão instruídas suficientemente para ajudar outras pessoas? Talvez essas pessoas ajudadas façam tão mal quanto outras pessoas e ainda estarão sendo financiadas por você.
Personalidades não são tão fáceis de serem moldadas, especialmente com tanta informação inválida jogada por qualquer canto que se queira olhar.

Eu vivo por ai.......


Segundo Freud, o próximo requisito cultural que se torna necesário é a justiça, ou seja, encontrar meios para garantir que a ordem jurídica estabelecida não seja quebrada para favorecer a um indivíduo ou grupo. E nesse momento não posso deixar de mencionar, em vista da situação política de nosso país, como tais meios para estabelecer a justiça estão corrompidos.

Enfim, o resultado de tal processo seriam as renúncias que os homens devem fazer, sacrificando suas satisfações pulsionais para alcançar certa regulação nos vínculos entre os homens. Em compensação, ninguém seria vítima de qualquer tipo de violência, ou de dominação.

Tendo em vista tais argumentos, vemos que o desenvolvimento cultural impôs aos homens certa limitação de sua liberdade. "A liberdade individual não é um patrimônio da cultura" - conclui Freud.

Uma das bases sobre a qual se edifica a cultura é a repressão da sexualidade. Assim, diz Freud, a cultura se comporta em relação á sexualidade como um povo que submete outro para explorá-lo. A sociedade então impõe exigências na vida sexual, tratando uniformemente os indivíduos, sem levar em conta as desigualdades na constituição sexual inata aos seres humanos.

E não apenas a sexualidade: estamos perdendo as rédeas do que ainda se chama cultura.
Cultura não é ganância....não é mídia!!!!
Cultura popular significa do povo.
Eu amo o Espaço Cultural Coisas de Negro e gostaria que meus filhos aprendessem lá o que é cultura, mas antes peço á Deus que a mídia e a ganância não ceguem quem grita....quem ouve e quem ama este espaço.
A evolução se faz necessária, mas a essência deve permanecer....
Viva ao espaço que era, que é.......vamos rezar e pedir que ele se mantenha :
....com cultura
....com saber
....com essência
....com energia
Que seus donos sejam o povo
Que a ganância não atraia e nem afujente as pessoas envolvidas nas culturais que rolam por lá.

Viva ao nosso espaço!!!!!!!!!
Valorizem o nosso!!!!!!!!

O MAIS SIMPLES


Tirar um objeto e compará-lo com coisas que aconteceu em sua vida. Um copo sujo. UM CD. Começar a lembrar das coisas boas, lembre-se das coisas ruins demais. Tente olhar a vida como um objeto simples. Você vai descobrir que as coisas simples trazem mais felicidade para você do que outras coisas. O que pode ser mais bonito do que um sorriso de uma criança? Ou um cão executando após uma bola? Você já viu isso? O que pode ser mais simples e enquanto isso tão intrigante? Desculpe, eu estou indo terminar este texto mais tarde... Tenho de tomar meu filho e meu cachorro para ver o pôr do sol perto das colinas à beira do Lago.

SAUDADE DO CÉU


No corpo de uma simples e rastejante lagarta, a Natureza exemplificou um poder que a ciência se recusa a aceitar; um fenômeno de explicação impossível para o homem comum: o poder do renascimento, ou, mais concretamente, a metamorfose de uma humilde lagarta em borboleta colorida e alada.

As ações e reações de uma lagarta não são muito diferentes das dos homens comuns: ela nasce, vive em seu pequeno mundo, sente medo, fome, frio e calor, e procura alimento, sol e segurança, como a maioria de nós.

Se disséssemos à lagarta que num dia próximo ela criaria asas e voaria num grande mundo colorido, cheio de luz e de flores, um paraíso que jamais poderia imaginar, liberta do chão raso para esvoaçar feliz em outros horizontes, a lagarta não poderia acreditar e, simplesmente, diria que estávamos loucos. Não é assim que seria? Esta seria também a observação que a maioria das pessoas comuns faria, somente preocupadas com sua sobrevivência física, com seu pequeno mundo, e alheias completamente à imortalidade do espírito, à continuidade da vida em outros planos de consciência, ao mistério da reencarnação e à evolução espiritual constante do homem em vidas sucessivas.

Ocorre que existe uma grande quantidade de pessoas que não podem ser classificadas de comuns. Num mundo povoado somente por lagartas, essas pessoas também nascem lagartas, mas têm, em diversos graus, a consciência de que são borboletas, falam sobre a vida das borboletas, têm saudade do céu das borboletas, preparam-se para suas futuras vidas de borboletas e sentem, borboletas entre lagartas, uma espécie de solidão cósmica indefinida.

Esta saudade do céu manifesta-se como uma espécie de angústia, como uma sensação de que algo está faltando, como uma misteriosa ansiedade, como uma insatisfação interior que, apesar de todas as possíveis conquistas materiais realizadas, nunca é aplacada, nunca tem solução, pelo menos enquanto estivermos lagartas. Esta saudade do céu conduz as pessoas à busca espiritual.

No mapa astrológico natal, a saudade do céu é facilmente identificável, pois algumas pessoas já nascem assim. Planetas colocados na casa 12 , aspectos entre Sol e Netuno e entre Júpiter e Netuno, o signo de Peixes enfatizado, o elemento água fortemente carregado ou a ausência do elemento terra, são alguns dos indícios de que a pessoa tem certo grau desta saudade do céu. A qualidade dos aspectos e a análise do restante do mapa permitirão sabermos se a pessoa conviverá com esse sentimento de uma forma saudável ou de uma forma distorcida.

Os que convivem com esse sentimento de uma forma distorcida tenderão a se tornar crédulos demais, a acreditar em todas as "verdades" que seus sacerdotes eleitos ou gurus de plantão lhes disserem, a se tornarem fanáticos religiosos ou a utilizar vias de escape menos saudáveis como o alcoolismo e as drogas pesadas, entre tantas possibilidades mais ou menos contundentes, como forma de suportar essa sensação esquisita.

Os que convivem com a saudade do céu de uma forma positiva, farão da busca espiritual a parte mais importante das suas vidas. Com o tempo, eles entenderão que a busca espiritual é uma jornada rumo à tomada de consciência do Ser, onde cada projeto, cada processo, cada esforço é um passo na direção do interior, na direção da metamorfose em borboleta. Entenderão que esta jornada não tem fim, que esta jornada é um modo de vida, que esta jornada é um processo de tornar-se.

Embora respeitando as virtudes, os credos e os dogmas de suas possíveis religiões, eles estarão pairando acima destas, entendendo claramente que elas são apenas caminhos e, não, pontos de chegada. E saberão que a espiritualidade depende, acima de tudo, daquilo que se faz, da maneira como se vive, de como se utilizam as virtudes, os credos e os dogmas das religiões ou das diversas filosofias de vida.

Os que já perceberam interiormente essa sensação difusa, que resolvi batizar de saudade do céu, entenderão perfeitamente a que sentimento estou me referindo e já estarão na jornada rumo ao céu das borboletas.

Loucos para alçar vôo.