Restam poucas horas de vida ao sr. P.
Os médicos garantem
Os amigos esquecem
As paixões devastam
Será que no último minuto terei de rever toda a minha vida?
Terei de ressentir os castigos
Os tapas, os murros, olhares, as carnes que apanhei?
E as pequenas humilhações?
Abaixar os olhos
Abaixar a voz
Rebaixar-se
Terei de sorrir novamente o sorriso dos fracos
E dizer sim?
Terei de reviver os momentos que não vivi
E perdi?
E se eu tiver que rever aqueles dias sonhando
Construindo ideais
Planejando viver?
Entrar no paraíso tão cansado assim
Carregando tanta tristeza,
Carregando os brutos
E os delicados demolidores,
Relembrando quão barato foi meu preço
Faltam poucas horas de vida ao sr. P.
Sr. P. cai na passarela
Os passantes riem
Hesitam os passantes...
Passam.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Eu em pó
Eu gostaria de ser má. Mas não consigo. As pessoas más agem de má fé, aproveitam-se da bondade, da sinceridade e honestidade dos outros. Não consigo. Talvez seja um defeito meu de fabricação. Vejo muito mais pessoas más do que boas. Quem sabe um dia eu consiga, mas confesso que nao é meu desejo máximo de consumo.
Ser egoísta, pensar em si mesmo o tempo todo não se importando com o sentimento e o bem estar dos outros não faz parte de mim.
Mentir a ponto de achar que o mundo não é redondo e que um dia você encarará a verdade de frente é burrice. Existem os fortes e os fracos. Os que se acham fortes e os que se acham fracos. Achar-se forte é pretenção. A fortaleza origina-se da honestidade, sinceridade e verdade.
Eu amo, assim como odeio, e isso é um mal necessário ao ser humano. Não desejo o mal a ninguém, apenas o aprendizado que um dia inevitavelmente virá. Pena que tudo tem seu tempo e todos também o tem. Talvez um não coincide com o outro, mas o aprendizado é fatal, mesmo conduzido pela dor.
Desejamos que seja pela alegria.
Ignorar fatos, pessoas e atitudes tem sua consequência.
Eu não quero o mal. Nunca o quis.
Queria ser bicho, que naturalmente respeita, sem esforço ou por sentimento de culpa.
É, acho que sou bicho. Não consigo conviver com homens. Sinto receio, medo, angústia, não falo a mesma língua.
Esta espécie para mim é castigo. Mantenho minhas origens e instintos.
Ser egoísta, pensar em si mesmo o tempo todo não se importando com o sentimento e o bem estar dos outros não faz parte de mim.
Mentir a ponto de achar que o mundo não é redondo e que um dia você encarará a verdade de frente é burrice. Existem os fortes e os fracos. Os que se acham fortes e os que se acham fracos. Achar-se forte é pretenção. A fortaleza origina-se da honestidade, sinceridade e verdade.
Eu amo, assim como odeio, e isso é um mal necessário ao ser humano. Não desejo o mal a ninguém, apenas o aprendizado que um dia inevitavelmente virá. Pena que tudo tem seu tempo e todos também o tem. Talvez um não coincide com o outro, mas o aprendizado é fatal, mesmo conduzido pela dor.
Desejamos que seja pela alegria.
Ignorar fatos, pessoas e atitudes tem sua consequência.
Eu não quero o mal. Nunca o quis.
Queria ser bicho, que naturalmente respeita, sem esforço ou por sentimento de culpa.
É, acho que sou bicho. Não consigo conviver com homens. Sinto receio, medo, angústia, não falo a mesma língua.
Esta espécie para mim é castigo. Mantenho minhas origens e instintos.
Silêncio
Carbamazepina, Fluoxetina, Cloridrato de amitriptilina.
Nada disso é demais, porém, nada disso é suficiente para preencher o vazio da minha sombra refletida no vidro da janela do vizinho da frente: o perfil de uma pessoa só, com seu cigarro pendurado nos lábios.
Sem mãos, sem olhos. Uma sombra.
A pretensão de uma mente vazia com mãos e braços prazerosamente doloridos por segurar sua própria vida e a cabeça cheia! Mãos e braços vazios...
Acho que Deus colocou dedos em nossas mãos para que as coisas escorregassem por entre eles, cedo ou tarde.
Meus lábios estão secos e meu corpo vazio.
Tenho neurônios a menos sim, afinal, o álcool e as crises existenciais assassinaram meu cérebro.
É como quando nos sonhos a gente se vê correndo em "slowmotion", olhando para trás, num puta esforço e percebe que quem te persegue NÃO está em "slowmotion".
É ser caça.
É como quando nos sonhos a gente se vê no escuro tentando acender a luz e não consegue. Tentando gritar e a voz não sai.
Dor.
Monossílabo atônico.
Substantivo abstrato feminino singular.
A dor não escorrega pelas minhas “mãos humanas”.
Ar.
Ausência.
O ar que inalo é a nicotina e o alcatrão do meu cigarro.
Segredos.
Não há segredo que não possa ser desvendado, a não ser o seu próprio.
Céu vazio. Nem lua nem estrelas. Eu no espaço vazio que minha mente preenche mediante tamanho, absurdo, inexplicável e estimado silêncio.
Dorme, meu bem. Dorme teu sono tranqüilo.
Dorme, que a pupila do meu olho se dilata e no escuro eu enxergo mais.
O medo? O medo é para as presas.
Nada disso é demais, porém, nada disso é suficiente para preencher o vazio da minha sombra refletida no vidro da janela do vizinho da frente: o perfil de uma pessoa só, com seu cigarro pendurado nos lábios.
Sem mãos, sem olhos. Uma sombra.
A pretensão de uma mente vazia com mãos e braços prazerosamente doloridos por segurar sua própria vida e a cabeça cheia! Mãos e braços vazios...
Acho que Deus colocou dedos em nossas mãos para que as coisas escorregassem por entre eles, cedo ou tarde.
Meus lábios estão secos e meu corpo vazio.
Tenho neurônios a menos sim, afinal, o álcool e as crises existenciais assassinaram meu cérebro.
É como quando nos sonhos a gente se vê correndo em "slowmotion", olhando para trás, num puta esforço e percebe que quem te persegue NÃO está em "slowmotion".
É ser caça.
É como quando nos sonhos a gente se vê no escuro tentando acender a luz e não consegue. Tentando gritar e a voz não sai.
Dor.
Monossílabo atônico.
Substantivo abstrato feminino singular.
A dor não escorrega pelas minhas “mãos humanas”.
Ar.
Ausência.
O ar que inalo é a nicotina e o alcatrão do meu cigarro.
Segredos.
Não há segredo que não possa ser desvendado, a não ser o seu próprio.
Céu vazio. Nem lua nem estrelas. Eu no espaço vazio que minha mente preenche mediante tamanho, absurdo, inexplicável e estimado silêncio.
Dorme, meu bem. Dorme teu sono tranqüilo.
Dorme, que a pupila do meu olho se dilata e no escuro eu enxergo mais.
O medo? O medo é para as presas.
terça-feira, 28 de junho de 2011
è isso...
"E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado."
:*
"Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança.Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada."
:*
"tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. "
:*
"Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total. Até a próxima morte, que qualquer nascimento pressagia."
:*
“Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."
:*
Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
:*
"Me explica, que às vezes tenho medo. Deixo de ter, como agora, quando o vento cessa e o sol volta a bater nos verdes. Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo."
:*
"Me ajuda que hoje eu tenho certeza absoluta que já fui Pessoa ou VirginiaWoolf em outras vidas, e filósofo em tupi-guarani, enganado pelos búzios, pelascartas, pelos astros, pelas fadas. Me puxa para fora deste túnel, me mostra ocaminho para baixo da quaresmeira em flor que eu quero encontrar em seu troncoo lótus de mil pétalas do topo da minha cabeça tonta para sair de mim e respiraraliviado e por um instante não ser mais eu, que hoje não me suporto nem meperdôo de ser como sou sem solução".
:*
"A vida é agora, aprende. Ainda outra vez tocarão teus seios, lamberão teus pêlos, provarão teus gostos. E outra mais, outra vez ainda. Até esqueceres faces, nomes, cheiros. Serão tantos. O pó se acumula todos os dias sobre as emoções"
:*
"porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."
:*
"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
:*
:*
"Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança.Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada."
:*
"tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. "
:*
"Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total. Até a próxima morte, que qualquer nascimento pressagia."
:*
“Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."
:*
Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
:*
"Me explica, que às vezes tenho medo. Deixo de ter, como agora, quando o vento cessa e o sol volta a bater nos verdes. Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo."
:*
"Me ajuda que hoje eu tenho certeza absoluta que já fui Pessoa ou VirginiaWoolf em outras vidas, e filósofo em tupi-guarani, enganado pelos búzios, pelascartas, pelos astros, pelas fadas. Me puxa para fora deste túnel, me mostra ocaminho para baixo da quaresmeira em flor que eu quero encontrar em seu troncoo lótus de mil pétalas do topo da minha cabeça tonta para sair de mim e respiraraliviado e por um instante não ser mais eu, que hoje não me suporto nem meperdôo de ser como sou sem solução".
:*
"A vida é agora, aprende. Ainda outra vez tocarão teus seios, lamberão teus pêlos, provarão teus gostos. E outra mais, outra vez ainda. Até esqueceres faces, nomes, cheiros. Serão tantos. O pó se acumula todos os dias sobre as emoções"
:*
"porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."
:*
"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
:*
Trechos mais comuns a mim
"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”
:*
"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".
:*
“Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. “
:*
Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?
:*
“Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?”
:*
"Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente?No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço.A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poçodo poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? Agente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gentenão morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói.Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê."
:*
"(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?”
:*
“Ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.”
:*
“Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.”
:*
"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."
:*
"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."
:*
“De onde vem essa iluminação que chamam de amor, e logo depois se contorce, se enleia, se turva toda e ofusca e apaga e acende feito um fio de contato defeituoso, sem nunca voltar àquela primeira iluminação?”
:*
"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".
:*
“Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. “
:*
Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?
:*
“Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?”
:*
"Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente?No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço.A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poçodo poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? Agente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gentenão morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói.Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê."
:*
"(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?”
:*
“Ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.”
:*
“Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.”
:*
"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."
:*
"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."
:*
“De onde vem essa iluminação que chamam de amor, e logo depois se contorce, se enleia, se turva toda e ofusca e apaga e acende feito um fio de contato defeituoso, sem nunca voltar àquela primeira iluminação?”
Trechos mais comuns com meus pensamentos
"Apenas já não somos mais crianças e desaprendemos a cantar. As cartas continuam queimando. Eu tentei pensar em Deus. Mas Deus morreu faz muito tempo. Talvez se tenha ido junto com o sol, com o calor. Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltaraão. Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais."
:*
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "
:*
"Quando percebi, estava olhando para as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmas sabiam. Ou então como se as transpassasse. Eram bichos brancos e sujos. Quando as transpassava, via o que tinha sido antes delas, e o que tinha sido antes delas era uma coisa sem cor nem forma, eu podia deixar meus olhos descansarem lá porque eles não se preocupavam em dar nome ou cor ou jeito a nenhuma coisa, era um branco liso e calmo. Mas esse branco liso e calmo me assustava e, quando tentava voltar atrás, começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos. A maldição cairia sobre mim: ninguém me perdoaria jamais se soubesse que eu ousara.Ninguém me perdoaria se soubesse que eu sei o que elas são, o que elas eram."
:*
"A vida era muito dura. Não chegávamos a passar fome ou frio ou nenhuma dessas coisas. Mas era dura porque era sem cor, sem ritmo e também sem forma. Os dias passavam, passavam e passavam, alcançavam as semanas, dobravam as quinzenas, atingiam os meses, acumulavam-se em anos, amontoavam-se em décadas — e nada acontecia. Eu tinha a impressão de viver dentro de uma enorme e vazia bola de gás, em constante rotação."
:*
"Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (...)então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida..."
:*
“Então eu te disse que o que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exatas. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.”
:*
"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."
:*
"Ah. Menina, o que foi que foi que aconteceu com você? O que foi que fizeram com você? Eu não sei, eu não entendo. Roubaram a minha alegria, Tiamelinha quando foi pra clínica só dizia isso: roubaram a minha alegria, é tudo uma farsa, aquele olho desmaiado, é tudo uma farsa, roubaram a minha alegria. A primavera, o vento, esperei tanto por essa margarida, e veja só. Atrofiada. Aleijada. As pedras frias do chão da cozinha , rolar nua neste chão, qualquer dia faço uma loucura, faz nada, você está nessa marcação faz mais de dez anos. Mais de dez anos. A gente se entrega nas menores coisas. "
:*
“Enumerou: tarde demais para a alegria, tarde demais para o amor, para a saúde, para a própria vida, repetia e repetia para dentro sem dizer nada, tentando não olhar os reflexos do sol cinza nos túmulos do outro lado da avenida.”
:*
"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilio que eu gosto - mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem."
:*
"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
:*
"Chorei três horas, depois dormi dois dias.Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
:*
"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."
:*
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "
:*
"Quando percebi, estava olhando para as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmas sabiam. Ou então como se as transpassasse. Eram bichos brancos e sujos. Quando as transpassava, via o que tinha sido antes delas, e o que tinha sido antes delas era uma coisa sem cor nem forma, eu podia deixar meus olhos descansarem lá porque eles não se preocupavam em dar nome ou cor ou jeito a nenhuma coisa, era um branco liso e calmo. Mas esse branco liso e calmo me assustava e, quando tentava voltar atrás, começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos. A maldição cairia sobre mim: ninguém me perdoaria jamais se soubesse que eu ousara.Ninguém me perdoaria se soubesse que eu sei o que elas são, o que elas eram."
:*
"A vida era muito dura. Não chegávamos a passar fome ou frio ou nenhuma dessas coisas. Mas era dura porque era sem cor, sem ritmo e também sem forma. Os dias passavam, passavam e passavam, alcançavam as semanas, dobravam as quinzenas, atingiam os meses, acumulavam-se em anos, amontoavam-se em décadas — e nada acontecia. Eu tinha a impressão de viver dentro de uma enorme e vazia bola de gás, em constante rotação."
:*
"Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (...)então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida..."
:*
“Então eu te disse que o que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exatas. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.”
:*
"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."
:*
"Ah. Menina, o que foi que foi que aconteceu com você? O que foi que fizeram com você? Eu não sei, eu não entendo. Roubaram a minha alegria, Tiamelinha quando foi pra clínica só dizia isso: roubaram a minha alegria, é tudo uma farsa, aquele olho desmaiado, é tudo uma farsa, roubaram a minha alegria. A primavera, o vento, esperei tanto por essa margarida, e veja só. Atrofiada. Aleijada. As pedras frias do chão da cozinha , rolar nua neste chão, qualquer dia faço uma loucura, faz nada, você está nessa marcação faz mais de dez anos. Mais de dez anos. A gente se entrega nas menores coisas. "
:*
“Enumerou: tarde demais para a alegria, tarde demais para o amor, para a saúde, para a própria vida, repetia e repetia para dentro sem dizer nada, tentando não olhar os reflexos do sol cinza nos túmulos do outro lado da avenida.”
:*
"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilio que eu gosto - mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem."
:*
"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
:*
"Chorei três horas, depois dormi dois dias.Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
:*
"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."
domingo, 26 de junho de 2011
Fatalidades e um olhar fatal
É UM DESEJO ASSIM...
DE DESPEJO
LAMPEJO
CORTEJO
UM DESEJO ASSIM...
DE MANIA
POESIA
CARNE VIVA
UM DESEJO
CARNICEIRO
VERDADEIRO
BOM DE CHEIRO
UM DESEJO...
SONHADO
ACORDADO
DELICADO
MOLHADO.
ARRANCADO
DA VIRILHA
DOS MIOLOS
DAS TRIPAS
DA FADIGA
UM DESEJO QUE MENDIGA.
UM DESEJO REBOCADO
REMENDADO
GUARDADO
PINTADO
SEM TINTA.
MALDITO,
IMPLORADO
SOZINHO
ÚNICO
MUDO
ATEMPORAL.
UM DESEJO
QUE TRAI
QUE HUMILHA
QUE DESDENHA
TEMPORAL,
UMA CARNE
VIVA
DE PELE
ESFOLADA,
DE ALMA
DESAGUADA,
POSTUMAL
DESEJO
DE VIVER
DE SOFRER
EM CADA
TEMPO
DO DESALENTO,
DO DESATENTO,
DO TEMPO
E
FINAL.
sábado, 25 de junho de 2011
È um caso de Fernando Pessoa
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido,
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há uma coisa
Incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Pois é --Chico Buarque
Pois é!
Fica o dito e o redito
Por não dito
E é difícil dizer
Que foi bonito
É inútil cantar
O que perdi...
Taí!
Nosso mais-que-perfeito
Está desfeito
O que me parecia
Tão direito
Caiu desse jeito
Sem perdão...
Então!
Disfarçar minha dor
Eu não consigo dizer:
Somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim...
Enfim!
Hoje na solidão
Ainda custo
A entender como o amor
Foi tão injusto
Prá quem só lhe foi
Dedicação
Pois é!
Taí!
Nosso mais-que-perfeito
Está desfeito
O que me parecia
Tão direito
Caiu desse jeito
Sem perdão...
Então!
Disfarçar minha dor
Eu não consigo dizer:
Somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim...
Enfim!
Hoje na solidão
Ainda custo
A entender como o amor
Foi tão injusto
Prá quem só lhe foi
Dedicação
Pois é! Então!
Fica o dito e o redito
Por não dito
E é difícil dizer
Que foi bonito
É inútil cantar
O que perdi...
Taí!
Nosso mais-que-perfeito
Está desfeito
O que me parecia
Tão direito
Caiu desse jeito
Sem perdão...
Então!
Disfarçar minha dor
Eu não consigo dizer:
Somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim...
Enfim!
Hoje na solidão
Ainda custo
A entender como o amor
Foi tão injusto
Prá quem só lhe foi
Dedicação
Pois é!
Taí!
Nosso mais-que-perfeito
Está desfeito
O que me parecia
Tão direito
Caiu desse jeito
Sem perdão...
Então!
Disfarçar minha dor
Eu não consigo dizer:
Somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim...
Enfim!
Hoje na solidão
Ainda custo
A entender como o amor
Foi tão injusto
Prá quem só lhe foi
Dedicação
Pois é! Então!
o Vazio
Não. Eu não quero olhar para as rolhas das garrafas de vinho secas. Meu sexo ainda está úmido, e ainda sinto o gosto das amendoas saboreadas com a última garrafa.
Olho no espelho e não me vejo. Vontade de mergulhar de cabeça, mas a batida é certeira e não vai me levar desta pra outra. Os cortes vão sangrar, sangrar até que eu seque. Não quero sentir dor.
A dor dói. É redundante, eu sei, mas como diz Bonassi em "Centro Nervoso", "Onde a dor dói?".
Hoje a dor dói na porra da reunião chata que nunca termina e que te impede de me telefonar. Dói na merda da chuva que te prendeu no transito, nos infindáveis compromissos de trabalho que nunca tem dia nem hora certa pra terminar, dói no silencio que tanto gosto, mas que hoje, só hoje, ou pelo menos hoje, só por um tempo mínimo eu não queria perto de mim.
Hoje a dor dói no peito afísico, na fenda aveludada, úmida e vazia.
Onde foi que te perdi?
Olho no espelho e não me vejo. Vontade de mergulhar de cabeça, mas a batida é certeira e não vai me levar desta pra outra. Os cortes vão sangrar, sangrar até que eu seque. Não quero sentir dor.
A dor dói. É redundante, eu sei, mas como diz Bonassi em "Centro Nervoso", "Onde a dor dói?".
Hoje a dor dói na porra da reunião chata que nunca termina e que te impede de me telefonar. Dói na merda da chuva que te prendeu no transito, nos infindáveis compromissos de trabalho que nunca tem dia nem hora certa pra terminar, dói no silencio que tanto gosto, mas que hoje, só hoje, ou pelo menos hoje, só por um tempo mínimo eu não queria perto de mim.
Hoje a dor dói no peito afísico, na fenda aveludada, úmida e vazia.
Onde foi que te perdi?
Serenata Cecília Meireles
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.
Sem muitas ilusões
Triste por não acreditar em heróis.
Triste pela convicção de que tudo termina
Com a morte.
Toda convicção traz em si um pouco de morte
Por excluir um mundo de alentadoras certezas
Assim que se estabelece.
Seguir sempre em frente
É a única coisa certa.
Seguir sempre em frente
É o mesmo que matar
Várias coisas insubstituíveis
Pelo caminho
Mais o aprendizado de chorar
Cada vez menos
Por cada uma delas.
Seguir sempre em frente é deixar
Um pouco de si mesmo
Pelo caminho.
Não se pode voltar
E recolher os cacos.
Antes a irremediável tristeza
Que a potência emprestada.
Alma é um troço que se adquire aos tropeços
E nunca é completa.
Amizade e Amor
São nomes que atribuímos
Aos cacos alheios
Que por alentadores momentos nos enganam
Com a ilusão da plenitude
Mais a triste convicção de sabe-los
(Como tudo mais)
Provisórios.
Triste pela convicção de que tudo termina
Com a morte.
Toda convicção traz em si um pouco de morte
Por excluir um mundo de alentadoras certezas
Assim que se estabelece.
Seguir sempre em frente
É a única coisa certa.
Seguir sempre em frente
É o mesmo que matar
Várias coisas insubstituíveis
Pelo caminho
Mais o aprendizado de chorar
Cada vez menos
Por cada uma delas.
Seguir sempre em frente é deixar
Um pouco de si mesmo
Pelo caminho.
Não se pode voltar
E recolher os cacos.
Antes a irremediável tristeza
Que a potência emprestada.
Alma é um troço que se adquire aos tropeços
E nunca é completa.
Amizade e Amor
São nomes que atribuímos
Aos cacos alheios
Que por alentadores momentos nos enganam
Com a ilusão da plenitude
Mais a triste convicção de sabe-los
(Como tudo mais)
Provisórios.
Nossa toca
Pela relva continuamos a caminhar.
Andamos por campos verdes onde colhemos flores.
Nadamos em rios refrescantes e brincamos de jogar água um no outro.
Mas era sempre a mesma história, sua toca não podia me abrigar e minha toca não podia abrigá-la, sempre com o chegar da noite nos despedíamos com lágrimas nos olhos.
Mas um dia olhando para as estrelas ou correndo atrás das borboletas, não me lembro bem a que hora, tivemos uma luz... Por que continuar isso se podemos mudar ? E percebemos que o que acontecia nada mais era do que comodismo.
Agora estamos a cada dia construindo nossa toca, machucamos nossas patas com a terra que entra debaixo das unhas, talvez ela não esteja profunda o suficiente ainda para nos abrigar... Mas, em breve ela será nossa, só nossa e não haverá mais despedida com o chegar da noite ou a necessidade de nos comunicarmos por sinais de fumaça no meio do dia enquanto o leão não está olhando. E quando voltarmos da festa dos bichos da floresta deitaremos sem preocupação no dia de amanhã.
Andamos por campos verdes onde colhemos flores.
Nadamos em rios refrescantes e brincamos de jogar água um no outro.
Mas era sempre a mesma história, sua toca não podia me abrigar e minha toca não podia abrigá-la, sempre com o chegar da noite nos despedíamos com lágrimas nos olhos.
Mas um dia olhando para as estrelas ou correndo atrás das borboletas, não me lembro bem a que hora, tivemos uma luz... Por que continuar isso se podemos mudar ? E percebemos que o que acontecia nada mais era do que comodismo.
Agora estamos a cada dia construindo nossa toca, machucamos nossas patas com a terra que entra debaixo das unhas, talvez ela não esteja profunda o suficiente ainda para nos abrigar... Mas, em breve ela será nossa, só nossa e não haverá mais despedida com o chegar da noite ou a necessidade de nos comunicarmos por sinais de fumaça no meio do dia enquanto o leão não está olhando. E quando voltarmos da festa dos bichos da floresta deitaremos sem preocupação no dia de amanhã.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
As espigas
finco a chuva
entre tuas pernas
e espanto o estio
da pele fogem relâmpagos
da boca saltam trovões
nos olhos pairam coriscos
e um céu sertanejo
sulco a terra
neste plano horizontal
levemente oblíquo
caminho abissal
semeadura de contas
folhagem
teu verso coruscante
aflige ensandece espanta
o inverno se faz
em uma tempestade
quadrada
ao amor é dada
a calha
ah! quem sabe agora
o orvalho se move
e nos devolve as espigas
que colhemos durante a noite
entre tuas pernas
e espanto o estio
da pele fogem relâmpagos
da boca saltam trovões
nos olhos pairam coriscos
e um céu sertanejo
sulco a terra
neste plano horizontal
levemente oblíquo
caminho abissal
semeadura de contas
folhagem
teu verso coruscante
aflige ensandece espanta
o inverno se faz
em uma tempestade
quadrada
ao amor é dada
a calha
ah! quem sabe agora
o orvalho se move
e nos devolve as espigas
que colhemos durante a noite
vai lendo, volto a escrever
Faz frio nos olhos de Flor
feito quando se coloca sal na língua da noite e daí chuvisca grosso como se nada mais houvesse no mundo:
(telha rachada
boca faminta
lençóis subterrâneos
estreito de Gibraltar sem navios que cheguem ou partam cheios e vazios de tudo)
e o céu se põe sedento de qualquer secura verão calor.
e em Lúcia brota a solidão da solidão.
Peixes em aquários redondos,
celas individuais.
feito quando se coloca sal na língua da noite e daí chuvisca grosso como se nada mais houvesse no mundo:
(telha rachada
boca faminta
lençóis subterrâneos
estreito de Gibraltar sem navios que cheguem ou partam cheios e vazios de tudo)
e o céu se põe sedento de qualquer secura verão calor.
e em Lúcia brota a solidão da solidão.
Peixes em aquários redondos,
celas individuais.
Alivio
Debaixo do sol descostura pétala, músculo, anatomia.
serei, eu, bicho mudo que encrava dentes e garras na pele?
bicho sem nome e faminto feito motor de navio velho, carvão incendiando as orelhas?
Quentura, lisura, franqueza, querer-se ir-se
Pontiagudos dedos de mulher — antes cobras entrelaçadas no fio de aço das facas da cozinha.
tomates pro molho, lima da pérsia, agrião — aviltam a gramática intacta do corpo buscando sabe-se lá
que raio,
que tremor,
que urgência,
e se anima em dizer "verão solitário", "desejo", sal de suor (colhido em montanhas altíssimas)
que agora me acode em tempestades e cheiro de rosas entre as pernas.
serei, eu, bicho mudo que encrava dentes e garras na pele?
bicho sem nome e faminto feito motor de navio velho, carvão incendiando as orelhas?
Quentura, lisura, franqueza, querer-se ir-se
Pontiagudos dedos de mulher — antes cobras entrelaçadas no fio de aço das facas da cozinha.
tomates pro molho, lima da pérsia, agrião — aviltam a gramática intacta do corpo buscando sabe-se lá
que raio,
que tremor,
que urgência,
e se anima em dizer "verão solitário", "desejo", sal de suor (colhido em montanhas altíssimas)
que agora me acode em tempestades e cheiro de rosas entre as pernas.
Até que o orgasmo nos separe
O anseio surge do nada, em qualquer momento ou lugar, e umedeço como se houvesse um caudaloso rio desaguando ardente no delta entre as minhas coxas.
Quando estou em casa, não tenho pressa. Combato o bom combate de prolongar ao infinito o torpor luxuriante. Experimento o intimismo prazer de me controlar, de não permitir que as mãos cumpram o previsível ofício das carícias obvias. Sou só pele, desvario, fantasias. Imagino cenas, leio poemas, ouço Mozart, um banho morno, uma taça de vinho tinto e, já inevitável, submeto-me ao gozo.
Se estou na rua o simples ato de caminhar é suficiente para me levar ao ápice. E é como se estivesse sendo possuída por toda aquela gente que cruza de um lado para o outro com a urgência dos estúpidos.
Ocorre, às vezes, um homem, uma mulher, que percebe, que me percebe, que se aproxima, que me abraça, me dá as mãos, que caminha ao lado até que o orgasmo nos separe.
Quando estou em casa, não tenho pressa. Combato o bom combate de prolongar ao infinito o torpor luxuriante. Experimento o intimismo prazer de me controlar, de não permitir que as mãos cumpram o previsível ofício das carícias obvias. Sou só pele, desvario, fantasias. Imagino cenas, leio poemas, ouço Mozart, um banho morno, uma taça de vinho tinto e, já inevitável, submeto-me ao gozo.
Se estou na rua o simples ato de caminhar é suficiente para me levar ao ápice. E é como se estivesse sendo possuída por toda aquela gente que cruza de um lado para o outro com a urgência dos estúpidos.
Ocorre, às vezes, um homem, uma mulher, que percebe, que me percebe, que se aproxima, que me abraça, me dá as mãos, que caminha ao lado até que o orgasmo nos separe.
Coceira na garganta
Um dia desses atrás eu renasci, ou ressuscitei mais uma vez. A dor física perdura por certo tempo, talvez para me fazer lembrar que ainda pertenço ao limbo não obstante quase tenha subido (mais uma vez) ao andar de cima, se é que ele existe, se é que tenho cadeira reservada lá. A dor física me faz lembrar que faço parte da raça inferior que Deus criou como experiência mal sucedida. Ele deve ter vergonha, mas deve se divertir olhando as cagadas da sua criação, porque não acaba logo com ela... Se eu fosse ele carregaria comigo um arrependimento eterno.
Na cabeça o inchaço consequente do "curto circuito". Penso demais, durmo de menos e apesar de ter perdido neurônios nas diversas vezes que entrei em choque com a situação, creio que cada vez que passo por uma dessas Deus pensa assim: Ah, vou trazer ela pra cá porque ela é muito brain storm pra esse mundinho já tão estragado. Aí eu vou. Quando chego lá, acho que ele olha pra minha cara e pensa: Vixi... vou ter que aguentar ela aqui? Aqui não tem internet, teclado e ela vai me encher o saco porque não vai poder escrever e vai ficar falando... falando... Não tenho saco! É. Vou mandar ela de volta. Aí eu volto, cheia de dor, neurônios a menos como castigo na intenção divina de que pense menos para falar menos, escrever menos e quem sabe da próxima vez ele possa encarar minha companhia com menos receio, ou me mandar de vez pro inferno. Sei lá.
Sei que cada vez que volto, sinto a plena certeza que morri e a rejeição do Pai criador.
Sinto uma raiva imensurável e choro, porque sei que me foi dado mais tempo.
Tempo pra quê?
Pra quê?
Na cabeça o inchaço consequente do "curto circuito". Penso demais, durmo de menos e apesar de ter perdido neurônios nas diversas vezes que entrei em choque com a situação, creio que cada vez que passo por uma dessas Deus pensa assim: Ah, vou trazer ela pra cá porque ela é muito brain storm pra esse mundinho já tão estragado. Aí eu vou. Quando chego lá, acho que ele olha pra minha cara e pensa: Vixi... vou ter que aguentar ela aqui? Aqui não tem internet, teclado e ela vai me encher o saco porque não vai poder escrever e vai ficar falando... falando... Não tenho saco! É. Vou mandar ela de volta. Aí eu volto, cheia de dor, neurônios a menos como castigo na intenção divina de que pense menos para falar menos, escrever menos e quem sabe da próxima vez ele possa encarar minha companhia com menos receio, ou me mandar de vez pro inferno. Sei lá.
Sei que cada vez que volto, sinto a plena certeza que morri e a rejeição do Pai criador.
Sinto uma raiva imensurável e choro, porque sei que me foi dado mais tempo.
Tempo pra quê?
Pra quê?
terça-feira, 21 de junho de 2011
Hoje aprendi coisas essênciais na minha vida................ficarei desligada....
........mas antes deixo aqui o que penso, afinal este é meu espaço e ainda que qualquer um leia, jamais entenderá o que se passa aqui na minha montanha.
A passividade que pairava sobre mim como algo eterno, se esvai com os meus sentimentos de pureza sobre as pessoas, não quero resistir a minha reação.
Amigos que não me suportam, amores que não se importam e crianças que brincam de jogos mortais me usando o tempo todo, é a mim que eles provocam as feridas, chagas que o tempo não apaga.
Meu tempo se foi, passou! Não é esse, nunca foi , aliás, estou apenas este tempo todo brincando de ser feliz, pintando o nariz literalmente.
Estou pronta para decolar.....num mundo de loucura e solidez, nada me prende mais, estou só e quero encontrar meu descanso, seja nos braços que sempre estiveram abertos a me dar colo, seja nos braços que nunca estiveram lá, me aventurem, estou aqui pra isso!!!!
A passividade que pairava sobre mim como algo eterno, se esvai com os meus sentimentos de pureza sobre as pessoas, não quero resistir a minha reação.
Amigos que não me suportam, amores que não se importam e crianças que brincam de jogos mortais me usando o tempo todo, é a mim que eles provocam as feridas, chagas que o tempo não apaga.
Meu tempo se foi, passou! Não é esse, nunca foi , aliás, estou apenas este tempo todo brincando de ser feliz, pintando o nariz literalmente.
Estou pronta para decolar.....num mundo de loucura e solidez, nada me prende mais, estou só e quero encontrar meu descanso, seja nos braços que sempre estiveram abertos a me dar colo, seja nos braços que nunca estiveram lá, me aventurem, estou aqui pra isso!!!!
domingo, 19 de junho de 2011
O outro lado
Quem me vê assim sossegado, meio calada, distante
Não imagina que constantemente, em meu interior, travo uma batalha.
O bem nem sempre vence o mal.
Às vezes sou eu o derrotado.
Deixo que meus demônios escapem
Extravazando um outro lado.
Meio louco, irresponsável, aventureiro, insensato e até bizonho.
Violento e amoral.
Este outro "eu" me apraz.
Quando me canso de ser o bom moço, o paralelo me satisfaz.
Visitas passageiras, rápidas reviravoltas
E novamente me fecho em minha batalha silenciosa.
Se me encontrar atormentado, fique distante ou posso lhe ferir.
Se o monstro estiver no domínio, a qualquer momento posso explodir.
Por outro lado, se eu estiver calmo e você precisando de um amigo.
Não tenha medo, chegue mais perto, conte comigo.
Serei seu melhor conselheiro, companheiro admirável.
Com o "eu" do bem presente, serei bobo de tão amável.
Este sim sabe ser bom, legal, especial, maravilhoso.
Mas se eu estiver muito calado, apenas respeite
Meu tormento silencioso.
sábado, 18 de junho de 2011
O dia nascendo
Prometo a mim mesmo:
Como o café que bebo, serei quente.
Farei todo o possível e o impossível
Para ser mais decente.
Se torna mais difícil a cada dia
Esconder o que sinto.
Me fechar assim vai me tornar
Cada vez mais doente.
Sobrevivo,
Como Deus quiser e a vida permitir.
Eu me viro,
Nunca deixarei de existir.
Já comecei milhares de vezes,
É só mais um dia.
Vinte e tantos anos e ainda acreditando no amor.
Mas toda a minha vida, encontrei nada além de dor.
Pode voar.
Nunca tive chances de subir.
Comemore,
Sem você eu sei que vou cair.
Me esqueça.
Já recomecei milhares de vezes.
Este é só mais um dia.
Começo outra vez!
Este é só mais um dia.
Talvez
Talvez eu tenha que ir, como fui de tantos lugares,
como fui de tantos amores,
como fui de tantos campos de flores,
como fui de tantos abismos.
Talvez eu tenha que ficar,
mas a distância não começa agora,
Talvez eu tenha que ir, mas queria ficar,
Queria ficar no teu colo, só mais uma vez,
e que não fosse por dor,
e que não fosse de rancor,
por querer suprir o abraço que me falta,
o amor que já não tenho,
ou simplesmente a presença da solidão.
Queria ir,
mas não queria te deixar,
deixar ser indivíduo tão só,
tão sem proteção.
Talvez eu vá,
mas deixo aqui uma flor plantada,
para que regues todos os dias,
e as pinte de sua preferida cor,
perfume com seu cheiro.
E se um dia eu voltar,
lembras de quando eu fui,
e tudo o que eu queria,
era somente ficar...
Se teus caminhos forem um talvez,
regue aquela flor,
ponha num vazo simples e destemido,
eu entenderei seu amor.
terça-feira, 14 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Estranho!
Talvez a vida queira me revelar algo....mas sinceramente, chega de revelações pra mim.
Já conheço quem sou e isso é o suficiente.
Não preciso mais de significado.
Nem da parte que me cabe.
Chega dessas coisas!
Chega de aceitar e amar as pessoas como elas são, se me ferem o tempo todo.
Tudo de ruim chega á mim...e dai dizem:
"são energias"
"são carmas"
Não quero mais saber do que se trata, por fim...vai jogando ai...
Já sei o que fazer e não pretendo ficar matutando saidas, soluções, buscas....
Quando precisarem de alguém, estou aqui, talvez não mais como antes...
Já me bastam as descobertas recentes, saber até onde o ser humano guarda as mágoas, o quanto
nos desconhecemos fetos do mesmo sangue...
Já me bastam amigos que se queixam estar do meu lado, suportando tantos problemas que não são causados por mim, basta-me!
Já me cansam as confusões da minha cabeça em guerra com meu coração, Basta!!!
Vou dormir!!!!!!
Amar aos bichos
Amar algo, venerar, cuidar, tratar, e perder-lo assim, para todo o sempre. É muito dificil, é extremamente dolorido, é horrível.
Poucas pessoas sabem do meu amor por aquela gata, pouquíssimas sabiam.
Afinal, em quantos seres humanos é possível confiar?
Quantos são capazes de retribuir amor na mesma medida?
Quantos são capazes de reconhecer afeto e ternura?
Quantos são capazes de reconhecer afeto e ternura?
Nunca vão entender como eu me sinto agora...
Ficarão se perguntando o porque da minha dor, mas nunca encontrarão a resposta.
Morrerão sem entender.
Pois nunca tive amigos, nunca os quis.
Não dou valor para seres humanos porque os seres humanos podem ser altamente perigosos.
Foi só oito anos meio convivendo com ela, foi mais do que o suficiente para saber o quanto eu a amava, e eu o deixei pra trás, junto com todas as coisas... Não foi justo.
Queria poder encontrá-la tendo a mesma confiança de antes, o mesmo apego, o mesmo carinho;
Tempos bons estar rodeada de bichos, infeliz algumas vezes na convivência do lar, mas tendo tudo de sobra dos meus bebês...minha filha gata que nunca dei um nome por ser tão diferente e especial ao ponto de me deixar estática na sua presença, minha Nikita que roubaram de mim, meu Apolo que se foi, minha Mel que está bem guardada e bem cuidada, minha Naruki que ainda vai me ter e conviver da melhor forma possível......e vai ter um bom cuidador, que cuida também de minhas feridas, de meu alimento de paz.
Se eu estivesse ali...se...
Se vocês me entendessem agora...
Concentre-se
É tão dificil permanecer calada. Quando se tem ideais e ideologias e não poder se expor por conta de preconceito, ódio, doutrinas e culturas que julgam e condenam. Viver aprisionada pelos ideiais alheios, ter que calar, apenas ouvir e concordar.
Não é por medo, é por um pouco de respeito e para me reservar, me proteger de ataques. Eu quero ser o que sou, dizer o que penso. Talves só possa fazer isso na música, mas mesmo assim...
Nem adianta me dizer que vivemos numa democracia e eu tenho o direito de me expressar, não adianta querer me expressar se me apontarem um "rifle" na cabeça para que eu aceite a sua opnião como verdade absoluta.
Até aqui estou suportando permanecer calada, enfrentando toda essa situação como um verdadeiro aprendizado sobre ouvir mais e falar menos.
Poetas criam definições relativas e infinitas para a VIDA.
Creio que as vezes ela se assemelha bastante a um poço fundo com paredes cortantes.
As vezes que caímos, caímos porque não conseguimos suportar tanto segurar nas paredes do poço.
Existem momentos que as paredes machucam tanto, nos cortam tanto, que você pensa que talvez seria melhor se soltar de uma vez, se atirar ao fundo para aliviar a dor.
As vezes você só vai ter forças para se manter ali, se segurando. Lutando contra os próprios cortes, seus próprios ferimentos, sua própria dor.
Mas é necessário lutar. Ninguém vai chegar com uma corda e te puxar pra cima. Essa provação é sua. Essa guerra é sua, e quando você subir mais, vai sentir um alívio regenerador.
Mas não existe ninguém pra te puxar, e ai?
Fingir que não pode,
Não;sua mente te domina!!!! Vamos lá, concentre-se, você só precisa concentrar que nem uma dor é tão insuportável e existem forças em você. Quando fizeres isso, vais ver que não precisas de nada, apenas de seu silêncio, sua concentração!
Cansei de ser assim
Chega! Cansei de querer me definir, não quero mais saber quem eu sou, quem eu fui, quem eu serei.
Se sou boa ou má, se sou legal ou chata, se o que eu faço é certo, se eu sou competente, inteligente, boba, se eu rio assim ou assado, se eu ajudo ou não, se eu me importo ou não importo... NÃO ME IMPORTO. Não quero saber se eu não quero saber.
Quero fugir de mim, deixar de pensar só em mim, das coisas que faço, se me sinto bem ou não...quero esquecer que eu existo e começar a querer saber do mundo, das coisas ao meu redor, da vida...
Eu quero apenas VIVER sem precisar de definição para isso, quero ser nada, apenas essência, nem quero saber o que quero ser. Vou apenas SER.
Aliás o que importa isso tudo? Eu só me defini mais e mais nesse post..Só falei de mim aqui. To cansada de definições!
Chega de "EU EU EU EU", "Eu sou, eu uso, eu falo, eu faço, eu tento, eu mostro" CHEGA!
O mundo é extremamente grande para ser só eu.
Afinal, eu nem sou tão interessante assim...
Se sou boa ou má, se sou legal ou chata, se o que eu faço é certo, se eu sou competente, inteligente, boba, se eu rio assim ou assado, se eu ajudo ou não, se eu me importo ou não importo... NÃO ME IMPORTO. Não quero saber se eu não quero saber.
Quero fugir de mim, deixar de pensar só em mim, das coisas que faço, se me sinto bem ou não...quero esquecer que eu existo e começar a querer saber do mundo, das coisas ao meu redor, da vida...
Eu quero apenas VIVER sem precisar de definição para isso, quero ser nada, apenas essência, nem quero saber o que quero ser. Vou apenas SER.
Aliás o que importa isso tudo? Eu só me defini mais e mais nesse post..Só falei de mim aqui. To cansada de definições!
Chega de "EU EU EU EU", "Eu sou, eu uso, eu falo, eu faço, eu tento, eu mostro" CHEGA!
O mundo é extremamente grande para ser só eu.
Afinal, eu nem sou tão interessante assim...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Me inclua na sua lista de tarefas. Não conte aniversários, invernos, manchas, consultas ou dias de sol. Conte comigo, apenas. Deixe eu te abraçar sem medo. Ando bem antenado: é assim mesmo que se transmite carinho, força, confiança e fé. Eu queria muito te levar pela mão atrás de alguma cura. Só me resta trocar de assunto e mostrar bons motivos sorrir.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Sonho
Tudo como um sonho. Inspiro profundamente e há um cheiro tênue daquela flor noturna intensa, que aos poucos se esvai, com o dia que nasce. Tudo torna à claridade. A névoa do amanhecer ainda anuvia a vista, anestesia as sensações oblíquas. Mas a revelação se anuncia. E, ao redor, a magia imprescindível ao enfrentamento do escuro, cai como uma folha seca. E ninguém nota. Depois do raiar do sol, é só mais uma folha na terra, depois do seu dia de estrela. E o essencial se modifica. As ilusões da noite tornam-se pequenas e desarraigadas do dia.
E, depois da magia, o que fica? A visão. Há coisas que vão, há coisas que ficam. Não importa quantas folhas caiam, desprovidas de vida.
Mas logo virá outra noite, outros sonhos e aromas. E no percurso noturno, hei de convencer a mim mesma não sobreviver sem uma única folha escolhida, verdinha e tenra, pendurada entre as outras. E haverá juras e ameaças de morte. Até que de novo amanheça. E novamente não haja lágrimas, nem ilusão, nem outra dimensão necessária além desta.
Poeta... Um ser incorrigivelmente teatral.
Os sentimentos são estações do tempo, que ele atravessa.
E se sobre elas há luz do sol, nada o abala.
Talvez eu devesse estar contente, mas não estou.
Sinto uma energia desperdiçada... um passatempo delicioso, mas que me desconcentra...
Um sentimento que não se condensa. Uma história que não se realiza. Envolta em percalços.
Estou cansada. Sentimentos frágeis. Desistindo... Mais que desejo de sonho, vontade de realizar, de estar entregue.
Luto pra dominar sentimentos que deveriam ser bons... que deveriam dominar-me. Tomar-me inteira.
Sentimentos de vida...Estou só.
Apesar de ter a quem prestar declarações, ninguém por mim. Eu por ninguém.
Passos solitários, desprotegidos. Coração enredado. Envergonhado de amar. Estou cansada.
Triste, exausta. Usada.
Por melhor que seja o momento, que é só o que tenho, queria pelo menos estar entregue.
Mas nem o momento é completo.
Cansei!
De qualquer jeito, sobrevivo.
Forçada quase.
Supersônica.
Sinto uma energia desperdiçada... um passatempo delicioso, mas que me desconcentra...
Um sentimento que não se condensa. Uma história que não se realiza. Envolta em percalços.
Estou cansada. Sentimentos frágeis. Desistindo... Mais que desejo de sonho, vontade de realizar, de estar entregue.
Luto pra dominar sentimentos que deveriam ser bons... que deveriam dominar-me. Tomar-me inteira.
Sentimentos de vida...Estou só.
Apesar de ter a quem prestar declarações, ninguém por mim. Eu por ninguém.
Passos solitários, desprotegidos. Coração enredado. Envergonhado de amar. Estou cansada.
Triste, exausta. Usada.
Por melhor que seja o momento, que é só o que tenho, queria pelo menos estar entregue.
Mas nem o momento é completo.
Cansei!
De qualquer jeito, sobrevivo.
Forçada quase.
Supersônica.
domingo, 5 de junho de 2011
Precisava escrever hoje sempre um pedaço do que eu pensava ser o melhor. Mas, escrevo e vejo apenas o de sempre, o ordinário.
Preciso dormir, porque... amanhã... amanhã é o que me espera, - não o que me torna ou me move - amanhã é tudo o que se tem depois de um dia cansado e um vago sentimento de adeus.
Quero ser cheia
Eu quero voar... Voar nas minhas palavras, nos meus versos mais elaborados.
Fugir dos pesadelos, das baratas, das pessoas falsas, dos insetos todos...
Fugir de um destino que eu não quero.
De ser uma pessoa que eu não sou.
Seja invisível!
Não quero ser. O que faço?
Quero ser cheia. Feliz!
E triste, se quiser.
Quero ser eu mesma, sem peso ou obrigação de ser diferente.
Ocupar meu espaço. Estar completa.
E, assim, d-i-v-i-d-i-r.
E poder sempre começar, começar, começar...
Ao contrário do pejorativo:
"Vai começar?"
Um estímulo,
uma força motriz:
"Sim, vou começar.
E recomeçar, recomeçar..."
Prós
Sou otimista
Sou batalhadora
Sou prestativa.
Vejo os dois lados.
Não uso as pessoas
Não gosto de "jogos"
Não sou materialista
Sou manhosa de um jeito bom.
Sou líder.
Sou dedicada.
tenho autonomia.
Sou boêmia,mas quando quero sou do dia.
Confio em Deus e no mistério da vida.
Não esqueço as pessoas.
Tenho algumas prendas para o lar.( isso me salva)
Sou saudável.
Não banalizo.
Reconheço.
Sou grata!
Sou confiável.
Sou honesta.
Sou objetiva.
Sou amante da lua e adoradora do sol e de toda a natureza que iluminam.
Sou livre de preconceitos ( seja ele qual for )
Sou livre de soberba.
Sou sonhadora do socialismo.
Sou passiva até meu limite.
Tenho saudades sempre,
de tudo,
do meu papi, do meu mestre que ainda reside em minha vida.
De tudo,
quero fugir.
Quero ser melhor.( E se quero,consigo )
sábado, 4 de junho de 2011
Contras
Sou estúpida
Sou brava
Sei ignorar
Sou egoísta
Tenho dó de mim
Sou medrosa
Sou covarde
Sou arrogante
Sou sensível
Sou fraca
Desisto
Me vingo
Sei magoar
Sou facilmente magoada
Sou magoada
Tenho medo de sonhar
Vivo sonhando
Sou chorona
Sou extremista
Sou exagerada
Sou individualista
Sou independente
Sou extremamente dependente
Sou faminta
Sou ansiosa
Sou idealista (utópica)
Sou pé no chão (muito realista)
Sou modesta (me subestimo)
Sou simples (demais)
Sou complexa
Sou perdida
Sou poeta
Sou frágil
Sou fraca, já disse
Sou vaidosa
Sou despojada (da matéria)
Sou intensa
Sou distante
Sou tímida
Sou insegura
Sou inconformada
Sou rígida
Volto atrás, quase sempre
Sou fria
Estrago tudo
Minto
Tenho baixa auto-estima
Sou frustrada
Sou carente
Sou terrível
Sou benevolente para comigo
Sou gulosa
Sou imensa
Sou fria
Sou escandalosa
Sou profunda
Sou sentimentalista
Viajo
Sou pessimista
Fujo
Tenho medo,
de tudo
Sou brava
Sei ignorar
Sou egoísta
Tenho dó de mim
Sou medrosa
Sou covarde
Sou arrogante
Sou sensível
Sou fraca
Desisto
Me vingo
Sei magoar
Sou facilmente magoada
Sou magoada
Tenho medo de sonhar
Vivo sonhando
Sou chorona
Sou extremista
Sou exagerada
Sou individualista
Sou independente
Sou extremamente dependente
Sou faminta
Sou ansiosa
Sou idealista (utópica)
Sou pé no chão (muito realista)
Sou modesta (me subestimo)
Sou simples (demais)
Sou complexa
Sou perdida
Sou poeta
Sou frágil
Sou fraca, já disse
Sou vaidosa
Sou despojada (da matéria)
Sou intensa
Sou distante
Sou tímida
Sou insegura
Sou inconformada
Sou rígida
Volto atrás, quase sempre
Sou fria
Estrago tudo
Minto
Tenho baixa auto-estima
Sou frustrada
Sou carente
Sou terrível
Sou benevolente para comigo
Sou gulosa
Sou imensa
Sou fria
Sou escandalosa
Sou profunda
Sou sentimentalista
Viajo
Sou pessimista
Fujo
Tenho medo,
de tudo
Olhos de através
O que você vê?
Vê somente o que vê ou vê além? Ou vê adiante, através?
É capaz de ver os porquês, o que há por trás? De conhecer alguém? De interpretar? Os silêncios, os traços do semblante? Os suspiros, as passadas, o ar expirado de maneira diferente?
O que você vê?
Eu procuro ver adiante. Mas isso é porque eu tenho a alma de poeta e a mente de um pretenso intelectual, que nem chego a ser. Que nem chego a ser metade.
Estou triste hoje.
A maioria das vezes que escrevo, estou triste.
Os artistas são melhores sendo tristes. Não sou artista, mas pretendo ser.
Um dia, quem sabe, talvez.
Quem só vê o que vê, não conhece. Não percebe. Não atravessa.
Sempre raso...
Cativante talvez, mas raso... sempre raso...
Só queria ficar aqui dentro.
Rever tudo. Com meus olhos de através.
Já que não posso nascer de novo. Rever tudo o que me sobra: meus amores, meus sentimentos, minhas previsões, meus pressentimentos, minhas lembranças, meus raros momentos de adequação.
Minha ilusão de ser diferente.
Meus olhos de além.
Só pra pensar que valho mais que nada.
Num outro plano, talvez.
Olhos de através.
Só, mas nunca rasa.
Vê somente o que vê ou vê além? Ou vê adiante, através?
É capaz de ver os porquês, o que há por trás? De conhecer alguém? De interpretar? Os silêncios, os traços do semblante? Os suspiros, as passadas, o ar expirado de maneira diferente?
O que você vê?
Eu procuro ver adiante. Mas isso é porque eu tenho a alma de poeta e a mente de um pretenso intelectual, que nem chego a ser. Que nem chego a ser metade.
Estou triste hoje.
A maioria das vezes que escrevo, estou triste.
Os artistas são melhores sendo tristes. Não sou artista, mas pretendo ser.
Um dia, quem sabe, talvez.
Quem só vê o que vê, não conhece. Não percebe. Não atravessa.
Sempre raso...
Cativante talvez, mas raso... sempre raso...
Só queria ficar aqui dentro.
Rever tudo. Com meus olhos de através.
Já que não posso nascer de novo. Rever tudo o que me sobra: meus amores, meus sentimentos, minhas previsões, meus pressentimentos, minhas lembranças, meus raros momentos de adequação.
Minha ilusão de ser diferente.
Meus olhos de além.
Só pra pensar que valho mais que nada.
Num outro plano, talvez.
Olhos de através.
Só, mas nunca rasa.
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