Conviver demais comigo não tem me acrescentado em nada. Eu e todas as coisas aqui dentro não falamos a mesma língua. Não entramos num consenso nem fazemos as mesmas escolhas. É como carregar vários filhos no ventre, mas eles não entenderem que são dependentes de você, e só você vai saber o que é melhor pra eles. Eu me dividi me multipliquei, e sei que isso é um absurdo.
Mas hoje, pelo menos hoje eu queria que as coisas se desenrolassem. E que pudessem ser simples, com um chão onde a gente pisa com força e sente aquele tranco e a certeza que seu pé não vai atravessá-lo. Hoje eu queria um instante, ainda que breve, de saber que atrás da porta não tem um susto, que atrás das palavras dos outros não tem outras palavras que querem comer o meu pulmão, ofender a minha garganta. Não quero entrelinhas, entregritos, entrechoros, entresuicídios.
E não faço a menor idéia de como conseguir isto, mas a mulher da padaria que não sabe nem meu sobrenome, nem qual a cor da minha cortina, me disse pra não lutar contra o óbvio. E a voz dela era como se o mundo inteiro quisesse me fazer engolir um salva-vidas. Eu sempre peço coisas para Deus, e acho que falo tanto sem não ter nem o que falar que ele não responde por que eu não deixo, e como todas as outras pessoas eu reclamo de abandono. Mas, de uma forma ou de outra, acho que hoje foi Ele quem falou comigo.
Nossos olhos viram as mesmas miragens, os acasos se amarraram pra nós dois, todas as risadas, todas as bobagens (...)
Eu não tenho medo do que vem depois
Não somos aquele casal que fica junto vinte quatro horas por dia,
tão pouco o casal mais comentado da cidade.
Mas um casal formado por dois idiotas apaixonados que têm uma missão: fazer o outro rir.
As coisas não acontecem como nós queremos,
nem mesmo com NÃO queremos.
As coisas nunca pedem a nossa opnião...
Mas a idéia de que vão tem me segurado bem. Mas chega uma hora na vida que a gente tem que pararde ser boa com os outros e ser boa - primeiramente - com a gente.
Fiquei amarga? Não mesmo. Agora eu sou prática.
Vacilou? A porta está aberta, meu bem .
Sem dó nem piedade
Sou tantas, que as vezes me perco.
Mas no fim, sempre me acho.
Na verdade, vivo me encontrando com as diversas e novas formas de ser eu mesma.
Várias coisas mudam dentro de mim, até mesmo os sonhos, as vontades e idealizações, de acordo com o que vejo, ouço e entendo sobre o mundo lá fora, mas os princípios continuam os mesmos. Ainda não me conheço plenamente e espero que assim seja. Afinal, quão chato poderia ser não ter mais o que esperar ou procurar em mim?
E se eu disser que descobri que também tenho muito medo das novidades?
Do que não conheço. E do grande iceberg que pode estar vindo por aí.
Não tenta entender as voltas que eu dou sozinha. deixa só um mistério estranho de filme trash. ninguém quer descobrir o que há por trás da mulher diferente, mas ela ainda é a mulher diferente que deve ser descoberta. passo horas falando pra ficar muda de repente, passo toda a segurança do mundo pra me derrubar em medos bobos. é que tudo fica mais legal em constante mudança. e eu nem sei mais ser a mesma sempre.
Hoje, enquanto ouvia o barulho da chuva cair, procurei pensar em alguma coisa, qualquer coisa que fizesse algum sentido, o mínimo que fosse, que me servisse de reflexão naquele momento. Mas nada de concreto me veio a mente. Depois de algum tempo nessa inútil procura, percebi que no fim, isso era algo bom, e que devemos ter esse tempo também, o tempo de não pensar em nada, de só ouvir o que está lá fora, como o barulho da chuva, por exemplo. Dessa forma, conseguimos dar uma folga para a cabeça, poupando-a e poupando nós mesmos das preocupações e dos questionamentos, que de certa forma, tanto nos desgastam.
Se eu disser que minha coragem está me deixando na mão?
Você dirá o que? Que sou covarde? Que não aguento o futuro incerto?
Pode dizer! Não me importo com isso.
O único problema, a unica coisa que me desespera e me entristece, é que tudo isso acaba afetando a mim.
São as minhas limitações, que me mostram até que ponto eu posso jogar e arremessar minhas cartas.
Até que ponto conseguirei alcançar a tal "vitória", se é que posso chama-la assim.
Qual é o tempo limite de viver recuada no meu mundo? Se é que existe esse tempo.
"Estou atrasada! Estou atrasada!" - Diria o coelho branco.
Mas será que ainda há tempo?
Será que já disperdicei tempo demais?
As escolhas que vem a seguir, definirão não apenas meu próximo ano, mas também, uma longa jornada pela frente. Definirão todos os meus sonhos futuros e até onde posso idealiza-los.
Complexo demais, não? Pois é, também acho.
Nasci do silêncio e gosto de tê-lo, morar nele, evidenciar o que não foi dito nem nunca vai ser. Cresci pra vivenciar com força os meus pensamentos, com sopros que sempre mudam o rumo. Percepções, palavras nuas que preenchem a alma, olhares que desvendam os mistérios de um longo destino e contempla de uma forma tão singular o futuro próximo. Essa mulher que aqui escreve, anda cheia de desejos maiúsculos, de vontades efêmeras, detalhes maiores que ela, mas só sobrevive nas redondezas de um todo que o agora se transformou.
Não espere nada, de ninguém. Assim todas as ações serão uma surpresa.
"É que a gente gosta de celebrar o amor todo dia, sem data. Com desapego, que é uma coisa que vou ter que te ensinar. A gente gosta é dos abraços sem aviso, dos encontros sem horário, dos beijos que nos faz dar risada, e também dos que damos entre risos. Coisas assim, bem a nossa cara. A gente nem sabe direito o dia que tudo começou, a gente só sabe que o é. Que parece sempre novo e faz a gente querer continuar suspirando de alegria. E você também é boa companhia, mesmo triste, mesmo preto e branco porque pra mim você sempre tem cor. É que o maior motivo da gente se encontrar foi pra descobrir outras formas. E que amar tem tantos significados que até me perco. Mas você me acha, sempre.
E talvez seja outra coisa. Uma mistura de pé no chão e cabeça no teu peito. É eu ir embora mas deixar tudo contigo, olhos, cheiro, mão, palavra, riso...
Quero ficar preso dentro do teu abraço por muito tempo. Esse sentir-se livre estando preso. É que teu abraço serve de curativo pras dores todas. É o jeito mais fácil do meu coração alcançar o teu. Algo que vai além de dividir problemas ou riso. Não cabe, não tem nome. Ele é.
Que a gente continue com essa sintonia que só a gente tem e com uma alegria com cara desde quinta-feira-feliz. Que é uma das coisas mais bonitas e que quero guardar pra sempre.Sempre. E cuidar do meu modo, eu já vivi anos de relação que não me fazia sentir saudades, falta e me sentir protegido, cuidado e o que ainda mais me faz gostar tanto de ti é quando ouço teus planos e quero me construir junto. Não quero que alguma decepção que eu possa te causar, te machuque, por isso minha escolha de não firmar em namoro o que temos. Curto vir ficar com você e quando venho é pra ficar com você, não saio falando de nós dois porque é minha forma de proteger tudo o que tenho aqui.
E sei que coração é coisa pesada pra se dar. Sei também que ele me pertence. Mas mesmo assim quero dá-lo a você de alguma forma, pelo menos por enquanto pra mim vai ser assim, você acredite ou não!"
Bacana me confundir toda me dizendo tipo isso tudo né?
Pois bem,
Eles não estavam trocando juras de amor, não andavam de mãos dadas, nem se chamavam por nomes infantis. não tinha pieguice romântica ali. mas foi a cena mais doce que eu vi: dois olhares se encontrando. não só se encontrando: se confortando, se sabendo, se completando.E foi só pela cumplicidade dos olhos, que deixavam de ser dois e se enlaçavam quatro.
Então o amor e a amizade são isso. Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço." (Mário Quintana)
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