segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sobre a cor da saudades

Acho que quando perdemos alguém, ficamos com aquela sensação de querer viver algo de novo. Não substituir um sentimento por outro, porque não trocamos sentimentos – não existe isso de um novo amor para esquecer um amor antigo. Na verdade só estamos seguindo em frente, colocando novas cores.

O meu dia dos pais tem cores diferentes. Não são vazias, só diferentes. Na verdade, eu não sei qual seria a cor da saudade, mas se tivesse uma cor exata, seria essa.

Definitivamente, um dia que prefiro ficar sozinha – mas isso não quer dizer que fico deprimida. É simples: é ruim receber mensagens de “conforto” – entenda-se, pena –, é desconfortável ver os outros curtindo o dia dos pais e você, não e além de tudo isso, se eu estivesse , em algum momento teria que passar no cemitério – o que é pior ainda, porque não acredito que vou de alguma forma encontrar meu pai lá.

Digamos que as estações mudaram, as cores mudaram e o tempo passou deixando apenas lembranças. E acho que são as lembranças que nos fazem ver que tudo segue, e que não podemos simplesmente parar. É estranho dizer que a força está justamente na nossa própria fraqueza.

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