quarta-feira, 28 de abril de 2021

Desabafo noturno em tempos de pandemia

 Eu não sou uma pessoa rara, talvez esta pessoa seja outra pessoa. Tenho defeitos, me esforço para não sentir mais nada além, nada que se estenda demais. Tudo é racionalmente controlado por uma frieza que não faz parte de mim, mas é por ela, exclusivamente, que estou aqui: firme e forte! Sonhos que não são os meus, não pretendo apagar, mas os meus me exigem muita disciplina para acontecerem. Você pode me julgar egoísta, mas é na minha garganta que está o nó. 

Nunca me disseram muito sobre a vida, me amedrontaram a não ir contra o meu destino, mas eu fui. E cá estou eu, só praticamente, vendo pessoas que sabem o meu nome, mas não sabem sobre o que sinto. E sinceramente, sinto o suficiente para me pressionar, me questionar, me maltratar. Eu não tenho ninguém neste momento para dividir os meus medos. A única pessoa que eu achei que poderia me sentir a vontade, não está bem...ao contrário, tudo que eu falo é ouvido como antes pela minha mãe, sempre errado, sempre negativo, sempre ruim. Não quero me sentir o monstro de ninguém. Eu só queria não estar passando pelas mesmas dores o tempo todo, porque elas são vivas dentro de mim e não gosto de permitir nada que a desperte. Chega de perder pessoas e com elas, irem toda a esperança de fazer e sentir o bem, a mudança, os sonhos se realizando. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

 Para que amor seja possível, Deus precisa ser uma pessoa. Para que os instintos possam ter seu espaço, Deus precisa ser jovem. E para silenciar e reconhecer o fato de que sofre e para sofrer em silêncio, é necessário existir um inimigo muito poderoso e temível, aquele que também carregará a culpa das irracionalidades cometidas pelo indivíduo, as fraquezas em relação ao poder, dinheiro, desonestidade, egoísmo, crueldade e as demais mazelas que pertencem aos gatilhos da existência humana. É preciso manter os sofredores por uma esperança. É preciso tolerar, suportar e não se opor a vontade de Deus. ( Creiam! Ouvi que Bolsonaro é a vontade de Deus. E somente Deus tem o poder para retirá-lo de onde está. PUTZ , Que Deus é este que agora apertou o 17, através dos seus inúmeros filhos hipócritas, egoístas, soberbos e preguiçosos? Porque sequer se esforçam para conhecer a história do seu próprio lar. Santos patriotas do crlho. OPS, a maioria chamam os santos de demônios, mas adoram se agarrar em algum, quando pretendem livrar-se de sua má índole.

As sutilezas do Cristianismo que domesticaram para civilizar a população, são categoricamente usadas para defender um dos políticos mais corrúptos e crueis que já ouvimos falar.
Caso Nietzsche estivesse equivocado em seu livro : O Anticristo, uma das leituras mais polêmicas e demonizadas do autor, não estaria eu, as 00:50 refletindo sobre o distanciamento da realidade em que estamos inseridos.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

OLHOS MORTOS

Rio de Janeiro , 1933 Vinicius de Moraes

Algum dia esses olhos que beijavas tanto
Numa carícia sem mistérios
Olharão para o céu e pararão.
Nesse dia nem o teu beijo angelizante
Poderá novamente despertá-los.
A luz que lhes boiava nas pupilas
Tu a verás talvez na face magra
Do Cristo prisioneiro entre as mãos crispadas.
Eles serão brancos — a imagem desse céu alto e suspenso
Que foi a sua última visão.
Eles não te dirão mais nada.
Não te falarão aquela linguagem extraordinária
Que te repousava como uma música longínqua.
Não olharão mais nada que uma distância qualquer, longe
Uma distância que nem tu nem ninguém saberá qual é.
Eles estarão abertos, compreensivos da morte, parados
Nem tu conseguirás mais despertá-los.
E eu te peço — tu que tanto amavas repousá-los
Com a luz clara do teu olhar sem martírios —
Não os prendas à angústia triste do teu pranto.
Silêncio... silêncio... Beija-os ainda e vai...
Deixa-os fitando eternamente o céu.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Cada um tem um papel, e cada um deve aceitar seu lugar no quebra-cabeças que mostra o crescimento e o aprendizado exponencial do coletivo humano. Você pergunta para mais detalhes e projeções. Eu não posso dar-lhe. Sua situação na Terra é unicamente sua, e sua realidade será o que vocês fazem para que ela seja. A minha a que me deram.  Verdade espiritual significa viver dentro dos parâmetros do seu estilo de vida escolhido conciliando-o com as intenções e as escolhas do seu Criador. Peço apenas que saibam mais sobre as fontes das informações que estão espalhando mentiras . Pedimos-lhes para que verifiquem por que razão entram em ressonância com esses mexeriqueiros do medo e que tentem usar melhor o seu poder de intuição a fim de sentir a energia que estes indivíduos estão oferecendo. Será que eles irradiam o amor? Por favor, façam a si mesmos essas perguntas antes de tomarem parte na disseminação de tais mentiras que podem ser, em muitos níveis, bastante prejudiciais para a nossa missão aqui e às pessoas de seu mundo. Não me sinto segura. Não me coloque em risco!
https://youtu.be/YwFpMdJDBLM

domingo, 14 de abril de 2019

" Vou reerguer o meu castelo. Ferro e martelo. Reconquistar o que eu perdi. Eu sei que vão tentar me destruir, mas vou me reconstruir. Vou 'tá mais forte que antes! Quando a maldade aqui passou e a tristeza fez abrigo. Luz lá do céu me visitou e fez morada em mim. Quando o medo se apossou, trazendo guerra sem sentido. A esperança aqui ficou, segue vibrando..."



Quem está a olhar nem imagina...
A vida conseguiu me surpreender muitas vezes...
O que sinto em dor, transforma-se em sons de outras vozes, femininas, principalmente.
Quantas mulheres estão sem voz, sem espaço, sem trampo, sem amigos, sem família, sem um amor...
Sou grata, apesar de tudo!!
Tempos insanos, pessoas insanas, medos surreais.
Ajudar a seguir e seguir...
Aprendi muito, já não consigo traduzir meus sentimentos, pois existe uma trava enorme que me ampara e me desampara. Me dá medo, mas dizem que é a casca que engrossou.
 Ansiedade, medo...transtornos ainda não superados, mas seguindo a caminhada.
Novas pessoas, o velho desejo e o novo jeito de entender o amor...tanta confusão que só deixo acontecer...
Vivo!
Por vezes me sinto pequena, impotente diante de muitas outras coisas e ao mesmo tempo, um reconhecimento que tantas vezes necessitei.
Não posso deixar de ser grata, mas posso dizer:
" Hei, deixa eu relaxar e por um tempo apenas, não deixa nada de mal acontecer comigo, por favor!!
Tenho estado, mas sempre achando que não devo permanecer por muito tempo.
Existe uma batalha e estou em guerras internas e externas diariamente.
A professora, a Dj, a pesquisadora e a empreendedora me cabem, mas não consigo ainda organizá-las para habitarem a mesma mente e o mesmo corpo de uma forma mais completa.
Na verdade, tudo o que gostaria seria seguir em frente, mas ainda tem muito peso no meu belo sorriso. As vezes, algum vontade de não gozar mais da vida, como todos desejam.
Desculpem-me, mas é isso...
Tenho o direito de amar e também de me sentir cansada para amar.
Tenho o prazer em viver, mas posso querer sumir com a morte.
Escolhas, prazeres, liberdade, sons, boas vibrações e muito amor!!!
A vida é minha mãe, e como de praxe, tenho saudades, mas aos poucos, todo o elo vai indo com ela...se perdendo pelo caminho, deixando um pouco de saudades em cada um.
Lembram da menina e sua bacia de jabuticabas?
Não sei onde encontrá-la, mas estou fazendo o meu melhor, para não deixá-la morrer.
#namastÊ


Em busca daquele velho filtro

Diante do mundo, eis que sinto uma leve inveja, daqueles que residem na caverna. Ter conhecimento, ter sabedoria, se arrastar para sobreviver ao mundo e a todos os delitos que o outro ser da nossa própria espécie nos causa, não torna ninguém melhor! É como ver o gato comendo outro gato, os filhotes, aqueles que por um certo instinto, a mãe elimina antes que ele venha a sofrer no mundo e toma o sangue como benefício a sua própria anemia, pós-parto. Mas os humanos não matam humanos, para protegê-los. Ao contrário, eles respeitam o direito da existência, mas de todo o resto, jamais!
"As belas intenções não alteram o caráter prepotente da ação. Na verdade, egoísta é quem quer ver sua vontade satisfeita, mesmo se isto for unilateral. Ele não está ligando a mínima para o outro."
É exatamemte assim que os humanos agem. Parece não haver bordas, desejos. Apenas ego em cima de ego.
É quando você percebe, gente atropelando gente.
Gente tomando pra sí, o direito sobre a vida do outro e isso inclui:
 Achar que tem liberdade para se aproximar do outro, do cachorro do outro, do amigo do outro..até que tenha confundido tudo o suficiente, para desequilibrar as relações que deveriam ser naturais, mas não são.
De fato, busco fazer amigos. Conhecer mais pessoas, saber da história delas. Valorizar o que há de melhor. Babaquice. Talvez o recíproco aconteça raramente. Como o raio que cai duas vezes no mesmo lugar.
Mas isso não é conceito de quem pode ser solitário, ao contrário, isso é conseguir perceber o momento certo para usar o velho filtro de café e saboreá-lo, apenas com aqueles que te olham no olho e que sabem a medida certa do açúcar, do amigo que o toma com leite, ou mesmo aquele que prefere o amargo.
Há um tempo atrás, vim neste mesmo blog e falei a respeito das mesmas coisas, mas aprendi a tirar pessoas da minha vida, com uma certa educação. Sem desgastes. Sem transtornos. Com certeza, dói. Machuca. Fere!
Mas até a ferida aberta, tem a hora que cicatriza e no meu caso, costumo esquecer. Não porque quero, mas porque meu corpo exige uma conexão verdadeira. Se não houver, não tem café, não tem sorriso e tão menos, olhares trocados.
As atuais circunstâncias não são leves, mas pela primeira vez, reconheço-as como necessárias. Cada dúvida, vai se apagando diante dos dias e noites que carrego sozinha afetos, os quais não quero mais externar.
Essa doce fragilidade, faz com que o mundo te ache vulnerável para tudo. Como se o verme não usasse como defesa, o seu ato de encolher-se para que seu algoz, usando de seu ego inflamado, caia no erro da vitória da execução, bem sucedida.
É assim que os vermes mais disseminadores de defesa e veneno, defendem- se e reproduzem seu bando, para mais tarde, agonizar a vitória final.
O sinal de fraqueza, dado por mim, pode tornar-me presa aos delírios de não ser mais doce, nobre; porém jamais, jamais devem achar que o delírio que é meu, aos olhos teus, não tenha um sentido. Não tenha a origem, baseado em experiências e na ausência da energia que não se atrai.

Freud foi pioneiro ao observar que o caráter e seus traços poderiam ser explicados como sendo transformações permanentes dos impulsos primitivos, infantis. Wilhelm Reich foi o primeiro teórico que se preocupou em formular uma teoria coerente do caráter, onde dizia que “o caráter consiste numa mudança crônica do ego que se poderia descrever como um enrijecimento” (Reich, 1989, p. 151).

O ego inflamado dos humanos, me assusta! Quando o meu está ferido, não me causa o mesmo efeito. Ao contrário, me encoraja!
Já perdi tempo, dinheiro, valores, créditos, sentimentos. Decretei o estado de falência familiar, mas isso não significa que não tenha contribuído com outros detalhes, que deixei passar por ser muito, muito passiva.
Ser alguém que, ainda se importa com o outro, neste mundo, é um dos maiores pecados cometidos. Não contra as leis de Deus, mas contra a lei dos humanos.

" A finalidade do caráter é proteger o ego dos perigos internos e externos e, como função protetora, limita a mobilidade psíquica da personalidade. Essa função protetora podemos chamar de couraça de caráter, que se forma como resultado crônico do choque entre exigências pulsionais, o mundo externo que frustra essas exigências e a censura que impomos a nós mesmos. "

Caráter é comportamento característico, é expressão psíquica e corporal, seja ela mais contraída ou mais expandida, é uma possibilidade de ser e de estar no mundo. É a manifestação de uma pulsação energética que produz movimento. Ou seja, a ligação energética, diz muito sobre o caráter do outro. Costumo ser consequente, ser dura comigo. Ser " O Caxias " da minha própria vida. Estimulo nos outros, a mesma vontade de vencer, de ser livre e bondoso. Não sou um buda, tenho defeitos, mas nunca precisei ficar em posição de Lótus, para convencer um outro ser humano, que tenho melhores capacidades ou movimentos mais livres. Mas vejo sempre um nível de bajulações, que não são feitas por pessoas essenciais, mas que a idéia, era não ser desagradável ou mal educada. Mas como? Como ser buda? Relevar? Perdoar? 
 Como pode o ego ser tão bom e desequilibrado de humano para humano? 
Não sei, mas vou aprendendo...buscando...resistindo...
2018, 2019...anos que estão por aí, acontecendo...
Levando todos nós para as guerras diárias...
Alguns entendendo a dinâmica e sobrevivendo, outros irmãos estagnados e sem esperança.
Que possamos confiar nos irmãos de trincheiras e que sejamos pilares, uns dos outros, para vencermos esta guerra que chegou e levou tantas coisas de tantos de nós!

#RESISTIREMOS








DIGO SIM

Poderia dizer
que a vida é bela, e muito,
e que a revolução caminha com pés de flor
nos campos de meu país,
com pés de borracha
nas grandes cidades brasileiras
           e que meu coração
é um sol de esperanças entre pulmões 
           e nuvens

Poderia dizer que meu povo
é uma festa só na voz
de Clara Nunes
                       no rodar
das cabrochas no carnaval
da Avenida.
                  Mas não. O poeta mente.

A vida nós a amassamos em sangue
       e samba
enquanto gira inteira a noite
sobre a pátria desigual. A vida
nós a fazemos nossa
alegre e triste, cantando
       em meio à fome
       e dizendo sim
 em meio à violência e a solidão dizendo
      sim  
pelo espanto da beleza
pela flama de Tereza
        pelo meu filho perdido
neste vasto continente
        por Vianinha ferido
        pelo nosso irmão caído
pelo amor e o que ele nega
pelo que dá e que cega
        pelo que virá enfim,
        não digo que a vida é bela
        tampouco me nego a ela:
         digo sim

(Gullar, F. 1999, p. 279, 280)         

sexta-feira, 18 de maio de 2018


Contra os caluniadores da natureza - Que seres desagradáveis estas pessoas em que toda tendência natural se torna rapidamente doença, algo deformante ou mesmo ignomínia! São elas que nos fazem acreditar que as inclinações naturais, os instintos do homem são maus; são elas a causa da nossa injustiça para com a nossa natureza, para com toda a natureza! Não faltam pessoas que teriam o direito de se abandonar às suas inclinações com graça, com despreocupação: mas não o fazem, com receio desta "má essência" imaginária da natureza! É em função disso que se encontra tão pouca nobreza em meio aos homens, pois a nobreza de uma alma se reconhecerá sempre no fato de não ter medo de si próprio, não esperar nada de vergonhoso e voar sem escrúpulos por toda a parte, tal pássaro nascido livre como é, onde o seu desejo o impele! Aonde quer que vá, será sempre rodeado pelo sol e pela liberdade.

A Gaia Ciência de Friedrich Nietzsche


Um texto para continuar falando a respeito de nossas descobertas diárias. Descobrir sobre ser livre
 é de fato uma honra, que a vida me proporciona todos os dias! 
#GRATIDÃO!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

“Não existe felicidade, sem pleno conhecimento de si mesmo. O mergulho nas águas abissais do mar íntimo é indispensável. E a convivência, nesse contexto, é a Escola Bendita. Saber os motivos de nossas reações frente aos outros, entender os sentimentos e idéias nas relações é preciosa lição para o engrandecimento da alma na busca de si próprio”, disse a educadora Ermance Dufaux (livro Mereça Ser Feliz/Wanderley Soares de Oliveira, Editora Dufaux). 
Eu já fui muitas. Muitas pessoas diferentes, muitas solidões dispensáveis, muitos amores profundos, muitas conexões extremas e muitas percepções canalizadoras. 
Fixar a idéia de que estar só, não é um problema tão complicado assim. Que meu EU, grita!!! Grita  e muito, sempre que estou abandonando a essência que reside na minha origem.
Vibrei das diversas formas, enlouqueci entre amigos, trabalhos e amores. Retornei para o meu centro. Aprendi a me entender, a me perdoar e a perdoas as pessoas que não nasceram para atender as minhas expectativas e quero poder pedir perdão por cada julgamento que fiz do outro, sem a mínima consideração de que o outro não sou eu.
Ter a idade média, nem 40, nem 30 é enrolado demais! Um amigo me faz falta, mas os outros em pequenos pedaços do mesmo, completam a ausência e a saudade de tudo. Inclusive dos sermões. 
Peço perdão meu amigo, com 33 você aprendeu muito, assim como eu estou ainda aprendendo e só agora, consigo te compreender. 
Perdão para as pessoas que eu machuquei, que se sentiram reduzidas de alguma forma, pelo modo como eu falo, como eu conto as minhas histórias enormes, mas saibam que esta nunca foi a intenção. 
Tenho orgulho das voltas que já dei, das trocas que fiz, das pessoas que conheci. Tenho um completo amor por tudo que vivi e pude conquistar. 
Perdão ao meu amor, porque o amor é foda! Ele arrepia, ele viaja, ele te abraça e quando tu achas que estás ligadão e a recíproca é verdadeira, ela é, mas até a página 9. Ninguém precisa deixar de ser o que nasceu sendo. Não por outra pessoa!
Não sei dizer ao certo, que tipo de história vou contar por aqui futuramente, mas garanto que estou de volta e bem transformada. Não vou dizer aqui, que estou ganhando na loteria e distribuindo dinheiro, mas posso garantir que estou batalhando para conseguir a mesma quantia, fazendo os projetos que amo, colocando eles em prática, estudando muito e cuidando do meio-ambiente.
Para nos conhecermos, precisamos passar a ter rotineiramente dois procedimentos:
Atenção Plena: É a arte de observarmo-nos incansavelmente, procurando dirigir os olhos para nós mesmos, que é um hábito que, para ser desenvolvido, exige esforço e grande força de vontade.
Interiorização: É o ato de enfrentarmos o nosso mundo interior e de admitirmos para nós mesmos a natureza de nossos sentimentos. Isto é, não devemos falar a nós mesmos coisas como “eu nunca sinto mágoa” ou “a raiva não faz parte de minha vida”. Esta atitude de negar nossos sentimentos inferiores chama-se auto-ilusão, um proceder altamente destrutivo. A partir do momento em que admitimos nossos sentimentos inferiores, abre-se uma porta para aprendermos a ter autocontrole e nos dá condição de iniciarmos o processo de mudança. 
Quando chegar nesta fase, aguenta!!! Não é mole, mas vai passar!!! 
Leiam sempre! 
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/zara.html#4
Namastê.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

" Nossos inimigos são outros"


Escrevi isso num email para uma pessoa que passou anos prejudicando a minha vida. De fato, dizer isso não resolveu e não adiantou nada. Sofri danos irreparáveis na minha saúde, depois de um acidente, um assalto e um rompimento nas minhas relações pessoais. Uma síndrome do pânico foi se desenvolvendo dentro de mim, meu organismo, meu corpo foi sendo tomado por este baque psicológico. Tirando forças, não sei de onde, comecei a interagir com o público e as pessoas novamente, através das páginas do Yoga, minhas aulas e através da música, mas não consigo ainda, manter qualquer tipo de relação com os que somaram para tal. A imagem de uma ou outra pessoa, ligadas ao que criaram, demonizaram e prejudicaram, vai ressurgindo pelo face, pelas outras redes sociais e eu vou me esquivando, segurando a onda psicológica, mas é incrível como monitorar a vida alheia é uma prática que consome o tempo e a vida das pessoas. Bloquear é bom, mas não apaga as energias ruins que seguem em minha direção, meu organismo dá uma resposta e minha cabeça, que segue erguida e tranquila, me dão forças, inclusive, para me mostrar muito humana, frágil, forte e com momentos moderados que amedrontam o meu cotidiano. Ninguém aqui é vítima, quer pena ou dó. Só quero expor algo que está sendo superado e agradecer aos poucos que se tocaram, daquilo que eu não gosto de falar, mas que sei que por uma boca ou outra, no Bairro onde ainda moro, devem surgir algumas histórias, algumas conversas que vão sendo elevadas por cada um que atravessa. O que essas pessoas pensam e dizem, não me interessa, pois não interessa á elas, o que tudo o que fizeram me causou. A idéia deste post, é que quem tiver muito desejando entrar nesta pilha e alimentar qualquer coisa, que se toque, cuide da sua vida. Nosso tempo é tão curto, trabalha-se mais do que se vive e seguimos por um caminho de todo o brasileiro, que tenta seguir em frente, mesmo diante de todos os obstáculos. Não sou diferente, sou fraca, sou forte, sou qualquer coisa que segue...segue...sempre em frente e só!!!
Todos se chocam quando uma ou outra pessoa tiram a vida, mas ninguém se toca de como de uma forma ou de outra, acabam por contribuir para isto. Tem gente doente sim neste mundo, mas alguns, não são meus ou seus inimigos. São pessoas que estão sendo consumidas ou estão acometidas por situações e síndrome como esta, que estou superando, graças á Deus!
Nossos inimigos são outros!!!!! E eles estão sentados agora, dando uma canetada que toma de nós, um pouco mais do que direitos.
E este post é apenas para lembrar as pessoas, que mesmo não parecendo, somos humanos. E nós humanos, já nascemos programados para sucumbir ou evoluir. A idéia aqui é que muitos superem algo dentro de sí e que sejam pessoas melhores.

quinta-feira, 30 de março de 2017

2017, revela-te a nós!



A clareza, a certeza, a dúvida, a revelação. 2017, começou me mostrando quem são as pessoas e até onde elas estão disposta pra tudo, a qualquer custo.
Este ano, pude reconhecer em pessoas, a bondade, a coragem e tudo que ganho, quando não deixo de valorizar as pessoas, como desejo ser valorizada.
Amigos se distanciaram, mudaram de cidade, de país.
Outros estão distantes, mas presentes em todos os momentos, como antes.
Um ser épico, único e que foi por anos: o pilar, um braço, uma perna, uma mão, um dedo...conseguiu me mostrar que o amor , independe da distância. 
E um outro ser, mostrou-me que o amor, quando não é verdadeiro, de fato, se dissolve no tempo e te faz ver, melhor do que nunca!
Me libertei de partes essenciais, das quais nunca imaginei, contabilizei ou pude prever a dimensão.
É fato: este ano, não é pra qualquer um.
Momentos doloridos na minha vida, me fizeram rever algo que já quis destruir. Depois descobri, que o que foi mais dolorido pra mim, não se importava se fosse o contrário.
Cruel não ter o recíproco.
O recíproco, é algo que sempre me fez falta e também, foi ele, que me levou aos extremos.
Amar as pessoas, não tem a ver com o que ela lhe dá. Tem a ver com o que você constrói com elas. Eu amo uma parte, infinitamente, mas não construí um amor sólido, confiante, pra sempre! Por outro lado, amo uma parte, que construí tudo, inclusive o amor, aquele que seria o " PARA SEMPRE ", mas não foi.
Não me julgo uma pessoa, muito inteligente, á bordo de um barco de amor. Sinceramente, eu sou burra demais nesta tripulação.
Eu não sei usar das estratégias: a de usar o outro, manipular, passar por cima, atropelar.
Com o amor, sempre usei eu.
O que sou! O que penso! Como vivo! Como morro! Como corro! Como quero ficar!
Este ano, tem mais gente me vendo assim, do que pude imaginar! Sou grata! 
O que não quero me lembrar, é a parte que eu sempre quis lembrar!
A parte que esqueci, é a parte que mais necessito de lembrar. Como pode isso?
Precisar lembrar, daquilo que teu coração esqueceu?
Tenho um amor, não consigo ter dúvidas disso. Tenho um companheiro que me mostra a toda hora, que as conexões existem.
Não me interessa o que pensam! Sim, brigamos! Vamos aos extremos, limitados pelo respeito.
É alguém que me vê!
Tava na hora!!!Rs.
Mas até pra ter um amor, eu tenho que fazer escolhas!
Vida fácil, né?
Quando o amor e o amor, estão tão perto e não há chances de se viver os dois, da forma completa, como se desejou!
Escolher um, quando não se trata de dois homens, dois amigos, dois cachorros, duas pulgas...
Escolher um, quando se trata de dois. Ainda, que o do homem, me pareça agora, o que mais vale á pena.
A certeza!
Ainda que não seja, agora é!
É um ariano. Não é fácil, mas temos muitas coisas legais, construídas, juntos.
Infelizmente, fisicamente, por uma temporada, teremos que estar distantes. 
Mas isso, não significa que estou escolhendo o outro amor.
O outro amor, vai estar morto! Pelo menos, preciso que esteja. Pelo menos, agora, se faz necessário. Como não se trata de uma pessoa, e sim de uma história completa. Cheias de altos e baixos, mais baixos do que altos, olhando pelo ângulo daqui.
Não abrirei mão do amor que sinto por um ariano. E se o ariano, não merecer este amor. Que seja pelo da leonina, que vos escreve. Tem amor por ela, também e muito! Deixando claro!
Um círculo de amigos novos, apagaram as visões fechadas. Tipo: " Só ouço, Chico Buarque."
Esse tempo, já foi!
Deixei a porta aberta e tive bons resultados.
Mas voltando, o ano de 2017, me trouxe revelações. 
E ainda nem sei, a respeito do que elas trarão, mas tenho certeza, que depois da maré baixa...a alta prossegue!
E sei, que passando por tudo, vendo no espelho:
 o tamanho das olheiras, das preocupações, das incertezas, dos medos. 
Em algum momento, a calmaria entre a maré baixa e a alta, vai existir.
E neste momento, tudo que eu quero, é que as pessoas que, neste momento, me distanciam da minha cama, dos meus lençóis, do meu " Boa noite" com beijinho, do meu banheiro, dos meus livros, do meu lar...que estas pessoas, possam encontrar um caminho. Um caminho do bem!
Um caminho, que jamais os leve ao declínio total!
Espero, que todo este processo...PASSE LOGO!
Que as dores sejam amenizadas, as forças concentradas para coisas melhores. Que um pense no outro. Que nenhum possa destruir o outro.
Que eles se construam!
E se amem!
É um passo solitário.
É um passo dolorido.
É um passo forte.
São cortes, profundos.
Mas são, parcialmente, tijolos para um muro, onde, do outro lado, se constrói tudo que se perdeu, sofreu ou padeceu.
Do outro lado, tem um amor, terá amigos, pra vida toda. Plantas, lençóis compartilhados, abraços apertados. Corações livres.
Cães, lembranças, solidão, ternuras trocadas, comidas amorosamente, saborosas.
Cuidados especiais.
Humanidade.
Respeito.
Dignidade.
Fraternidade.
Construções.
Solidez.
Amor.
A menina que sofreu, por anos, tentando reencontrar o lar, infelizmente, fica por aqui. Nestes dias sombrios, onde não consigo controlar sentimentos, dos quais, precisaria não lembrar.
Tenho um terrível medo de esquecer tudo, por causa disso, novamente.
Mas estou lutando. Estou torcendo pra aquele muro e ultimamente, me tornei       " pé quente "
Então, acho que dessa vez, a Física, a Professora de Yoga, a moça do IML,  a mocinha da madeireira, a figura doida que todos acham que fala demais. Só desta vez, eu quero lutar por ela. Porque ela tem quem queira ouvir, ela falar igual neném e eu adoro, quando tem mais gente além de mim, em uma causa. 
Eu luto por ela!
Lutar por um coletivo, sempre me atraiu!
Namastê!

Que os bons ventos, soprem na direção certa. 







sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ser ou não ser.

Talvez até hoje eu tenha me questionado sobre o que sentir.
Disse a mim mesma, muitas vezes que seria o melhor possìvel, sempre tentei não me perder.
Mas há uma diferença entre o mundo que você projeta e aquele que te dão para viver. Confesso: este é o pior de todos.
Principalmente, quando se amadurece e se sabe exatamente o pingo de cada " i ".
Eu sei falar de mim, me reconhecer, mas é dificil muito dificil externar isso, seja da forma que for. NÃO CONSIGO DISTRIBUIR A DOR QUE SINTO. ELA ME DÓI, ME FERE E ME ENVERGONHA.
Talvez por não ser ainda forte o suficiente, mas ainda que isso, por reconhecer-me assim.
Perdi algo, mais do que essencial. PERDI.
Para todas as maldades do mundo!
Que fiquem claras, eu lutei contra elas e agora, luto apenas para nâo me tornar aquele monstro, que Nietszche já dizia, que se combatesse era para ter cuidado, para não se tornar um.
É foda ser sensível o suficiente, para compreender cada delito dos outros, cada dor e não ter a capacidade de distribuir isso como fazem.
É, eu estou num processo dolorido, muito mesmo, maior do que imaginava viver, mas algo lá dentro ainda me diz, que tem um outro dia.
Só que ando bem cansada, de esperar por ele.
Obrigada por ser útil ao mundo e ser para ele um inverso.
Algo que se mata, mas não é capaz de matar a ninguém, se não a sí mesmo.
Hoje, morri mais um pouco, tenho medo apenas, de desapontar a quem me atribuiu a sua melhor aposta.
Não sei mais o que escrever, apenas sei sentir. E realmente , o que pode ser virtude para um outro, sentir para a minha vida, tem sido de um pesar. Como uma corrente que me arrasta.
Só apenas não sei, ainda, para onde.
Eu sou esta criança, com o olhar perdido, com mais medo do que antes do parto. Muito mais!
Aconteça o que acontecer, quero poder vir aqui, lembrar que esta pessoa, tão extraordinária, um dia resistiu, até onde pode, com certeza.
Tenho um profundo orgulho do que sou agora, espero com sinceridade, ler isso depois e continuar a sentir a mesma coisa. Este foi o meu lado mais bonito, que talvez, nunca mais consiga existir.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

" Apesar das mais violentas pretensões de independência, continua parecendo-me que a vida intelectual de hoje está simbolizada pelo trem, ou a estrada de ferro ou os trilhos. São enormes o barulho e a vivacidade com que se faz referência a certas modas ou rumos fixos do pensamento, assim como é enorme a velocidade que se consegue nos trilhos fixos de uma ferrovia. Porém, se começarmos a pensar realmente em sair do trilho, veremos que aquilo que é verdade a respeito do trem é igualmente verdade a respeito da verdade. Veremos que é mais difícil saltar do trem quando ele marcha velozmente do que quando ele está em lentidão. Veremos que a rapidez é rigidez; que se um movimento artístico, social ou político andar cada vez mais rápido, menos pessoas serão capazes de sair dele, ou mover-se contra ele. E no fim das contas talvez ninguém saltará para fora dele rumo à liberdade intelectual, assim como ninguém saltará de um trem que anda a 130 km/h.

Ao meu entender, esta é a principal característica do que chamamos pensamento progressista no mundo atual. Ele está limitado no mais exato sentido da palavra. Tem uma só dimensão. Vai em um só sentido. Está limitado por seu progresso. Está limitado por sua velocidade.

Os homens modernos não tem profundo conhecimento sobre os argumentos racionais a favor da tradição, porém conhecem, quase até a exaustão, os argumentos racionais a favor da mudança.

Não quero dizer que a verdade está somente na tradição; só estou dizendo que a publicidade está a favor da inovação.

Interpretaram-me muito mal se pensaram que estou pedindo passagens de volta à Atenas e ao Éden, simplesmente porque não quero ir no trem barato da Utopia. Quero ir aonde eu bem entender. Quero parar aonde eu bem entender. Quero conhecer o comprimento e a largura do mundo, ficar fora dos trilhos e viver sobre a planície, onde predomina a liberdade. " 
♡♡
Meus 12 anos de vida.
Considerando a idade em que todas as verdades cairam sobre a minha vida, até que completar para uns 33, para outros 32, para outros 31, simceramente não é de grande importância. É como se eu completasse 12 anos. Foi com 21 anos, que pude entender todo o resto que se passou e o que estava por vir. De forma que hoje, prestes do dia novamente chegar e claro, algumas lembranças horríveis e mesmo assim, bonitas...me fazem pensar, chorar, repensar e criar uma nova expectativa.
Até aqui, estive distante por ter me dedicado a todos os pontos anteriores: caminhos, escolhas, tentativas antigas e novas.
No fim, muita coisa deu certo, já outras...
Me desanimo em pensar que posso ainda contribuir politicamente para este mundo, pois no fim, todos se desencontraram em meios do sim e não; do pode ou não pode. Do fode ou não fode. Ou deixa pra lá ou te importa.
Foda! Que mundo!
Mas de certo, aprendi que o desejo de alguns, me fez crescer e muito!
Obrigada a todos que desejaram que eu estivesse só ou aqueles que torceram para eu ter menos amigos.
Caras, foi lindo!
Me livrei de uma galera nada a ver e tão pouco, me importo se falam ou não de mim.
Outra, aprendi também que meus pilares, são de fato, construções que criei, durante este longo percursso. Sim! Eu sobrevivo sozinha e de boa, isso foi ótimo!
Isso refere-se a falta de um, aquele que sempre exaltei.
E só para deixar claro, isso não significa solidão, ao contrário, significa:  certeza! Agora a razão da " certeza " , fica comigo. Também aprendi a falar pouco do que é bom!
Bem: família. Meu auto e meu baixo.
Quase por toda a vida, aliás!
Vou falar, que este é o processo mais complicado.
Mas, por onde não se vê, parece estar como era antes.
Mesmo depois de um susto, um ganho, quase uma perda. Nada mudou! Cinistros continuam cinistros. Manipuladores os mesmos ou piores e os estouradões, como eu, resolvi me dar um tempo. Não sou mais adolescente, não é nem por nada não. É saúde mesmo!
Minha mãe continua se tratando, eu fico tentando resolver as coisas burocráticas, que na verdade, se, se resolverem, me deixa em paz com ela. E para ficar em paz comigo, preciso deixar tudo nas mãos dela novamente, só que melhor! Pelo menos estou nesta tentativa! Mas, alguns acham que eu sou a vilã. De qualquer forma, já é de costume: Quem é de Deus é de Deus, quem não é grita o nome dele e age como o diabo. Fazer o quê? Parece que o legado dos ultimos, tem se multiplicado dentro da família. Virús da outra.
Mas vou falar de uma experiência boa: Quando fiquei um final de semana fazendo conexões como nunca antes, não retornei a mesma.
Sei lá Deus, até estou escrevendo. Vejam!
Mas, tenho pensado muito na possibilidade de me desconectar das minhas tentativas que me desgastam muito de resolver meus problemas de vida, pensando muito nos outros com quem me importo. Já tentei! Já revirei tudo e nada, nada muda!
Nem é reconhecimento que gostaria, é outra coisa, mais simples e menos dolorida.
Chega dessas coisas!
Me formar foi o que me fez mudar todos meus planos de cazinha, vidinha, casadinha. Ahahaha grande piada, depois de anos, descobri que a santa mesmo era eu. Nunca imaginei, mas era isso mesmo!
Ingênua do caralho, foi o que fui! Mas...também, foi bom saber, porque assim me desvinculo e sigo sem remorso.
Mas em fim, li algo hoje e que me fez vir aqui, porque é a tradução do que sinto hoje.
Esta mensagem de Osho.
Isto deveria ir para o público, para que leiam para seus filhos. Porque descobri com meus atuais 12 anos, requer mais cuidado e responsabilidade. Este será o meu caminho a seguir, quando eu vier novamente escrever, espero que faça muito sentido.
Acho eu, que definitivamente, tenho amadurecido muito e mesmo, com a falta de tempo, irei vir mais aqui e expor mais um pouco das minhas mudanças.
Pelo menos, eu tenho sentido e feito planos de muitas mudanças e coisas boas!

 " Se você escolher de acordo com sua própria inclinação, de acordo com sua própria intuição... (a voz interior) é muito forte nas crianças, mas aos poucos, lentamente enfraquece. As vozes dos pais e dos professores, da sociedade e dos padres, vão se fortalecendo. Agora se você quiser descobrir qual é sua voz, você terá que passar através da multidão de ruídos.

Basta olhar dentro: de quem é essa voz? Às vezes é o seu pai, às vezes é sua mãe, às vezes é seu avô, às vezes é o seu professor; e essas vozes são todas diferentes. Apenas uma coisa você não será capaz de encontrar facilmente – sua própria voz. Ela tem sido sempre reprimida. Foi dito a você para escutar os mais velhos, para escutar os padres, para escutar os professores. Nunca lhe foi dito para escutar seu próprio coração.

Você está carregando sua própria pequena voz, suave, não ouvida, e no meio da multidão de vozes que foram impostas sobre você, é quase impossível encontrá-la. Primeiro você terá que se livrar de todos esses ruídos, alcançar uma certa qualidade de silêncio, paz, serenidade. Só então isso virá, como uma surpresa, que você também possui sua própria voz. Ela sempre esteve aí como uma corrente subterrânea.

A menos que você tenha encontrado sua própria tendência, sua vida vai ser uma longa, longa tragédia, do berço ao túmulo. As únicas pessoas que foram felizes no mundo são aquelas que viveram de acordo com sua própria intuição e se rebelaram contra qualquer esforço feito pelos outros para impor as idéias deles. Quão valiosas essas idéias possam ser, elas são inúteis porque não são suas. A única idéia significante é aquela que surge de você, cresce em você, floresce em você. "
É isso babys, sigam na fé! Depois que você tentar fazer tudo através de todos e ver que teu coração está leve, então o ouça e corra atrás! 
Caso não, sempre o ouça mesmo! Como diz a mensagem.  
Se percebeu agora como eu e tens a mesma sensação: -
De boas, ouve teu coração bb e seja feliz! 
Tenha força, sempre! 


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

https://www.youtube.com/watch?v=fcRFZCmlu0w
  • http://www.kboing.com.br/legiao-urbana/1-1113279/

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Desaguas em vales desconhecidos,
desconheces então a tua causa.
Como animal que abandona a casa,
seu afago, seu carinho, a confiança de tantas vidas.
Te perdes pelo caminho,
desaguas!
Garante a outro a tua existência,
Me abandonas,
Escolhe-te
e abandonas as causas mais internas.
Esquecestes de tudo,
Julgastes eu estar feliz, estar desandada.
Enquanto teus vales, aliementam-se do meu sangue,
da minha carne, da minha alma,
que agora se espalha pelo caminho,
do longo labirinto, que voltei a cair.
Despertas e descobres que alí, tu já não serves,
voltas!
Voltas na mesma proporção em que me perco.
Como é relativo o tempo, que condiciona a gente
a morrer enquanto se vive.
descaminhos desconhecidoS,
eternas escolhaS
endurecidos tempoS
abandonada almA.
raras palavraS.
perde se quE.
quE.
sE
deixA.
tO
indO
a mortE
nãO
mE
assustA.
adan oditnes ohnet oãn ue, atropmi oãn aJ.
Naquele tempo, me tomastes ela, e eu achei que ficarias para sempre.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Se um dia ....se for...

Ninguém conhecerá o sinal atrás da sua orelha esquerda, nem descobrirá que você sente cócegas no meio da palma da mão. Ninguém notará que o seu ''eu te amo'' na frente das pessoas sai trêmulo, que você coça o nariz quando está nervoso. Ninguém descobrirá que a tua sobrancelha treme quando cê mente, que seus caninos têm marcas de flúor. Ninguém passará 12 horas numa fila pra comprar o seu livro preferido e conseguir o autógrafo do autor. Ninguém ficará tanto tempo pra comprar os primeiros ingressos do show dos Los Hermanos e te fazer uma surpresa num domingo de manhã. Ninguém deixará de ir a uma entrevista de emprego porque você ficou doente, nem ficará uma tarde de sábado com sua mãe enquanto você não chega do trabalho porque ela teve um crise de asma. Ninguém notará que o teu jeito de sorrir repuxa os lábios e faz a tua testa enrugar, nem descobrirá o teu tique nervoso quando tenta soltar piscadelas e acaba se confundindo todo. Quero te dizer que, o que ficou de você é espontâneo, tudo que ficou comigo ficou porque existiu uma necessidade pra ficar, tudo ficou pra ser lembrado mesmo quando eu não tenha vontade de lembrar, e nada nem ninguém sentirá o que você sentiu comigo e me fez sentir um dia. O que seria dos momentos se não fossem eternizados, o que seria da partida se não deixassem nada nem levassem, ao menos, um pouco da gente? O que ficou de você ocupa o lugar vazio da mesa, se esparrama pelo sofá e ocupa a minha cama todas as noites. E quando eu acordo o teu ''bom dia'' ecoa pelo quarto, quando me deito o teu cafuné acaricia minha nuca e os teus beijos chegam a todo hora. Quando ligo a TV o teu programa preferido passa, quando desligo a TV a saudade bate na porta. Quando penso em te ligar lembro que é melhor evitar levar um não, melhor evitar confundir as coisas e insistir no que já passou e não tem a menor pretensão de acontecer de novo. Quando penso em pretensão acabo te querendo, quando te quero, acabo me perdendo, quando me perco, percebo que são só lembranças. E aqui, eu guardo - e muito bem guardado, todas as tuas manias e teus cuidados, teus sorrisos e tuas mordidas, teus olhos e também a tua saída. Quando chove lembro que você se molhava todo com uma preocupação boba de que não queria me ver com gripe outra vez quando dividimos o guarda-chuva. Por aqui, ficou o vazio dos teus sapatos jogados no canto do quarto, o convite não mais respondido de que eu precisava te ver, uma mensagem dizendo que era o fim e uma conversa numa sexta-feira a noite lamentando por não podermos mais continuar. Ficou o teu olhar de adeus, a minha compreensão - não tão compreendida - de aceitar que você estava realmente indo. Ficou aquele abraço frio, o nó na garganta quase pedindo pro'cê não ir. Ficou também a última ligação que precisei ignorar, ficou a tua insistência em falar de novo comigo, ficou a tua voz pedindo desculpas por tudo e a minha quase te pedindo pra ficar e te propondo tentar outra vez, mas tive que dizer: tudo bem, tô indo também. Ficou a tua última pergunta sugerindo que nos tornássemos amigos, a minha resposta não dada e o silêncio que eu preferi manter. Ficou o desejo de te procurar como várias outras vezes procurei, mas dessa vez eu preferi não me repetir. Você não veio e eu não fui, e essa vontade de se ver que a gente preferiu evitar, ficou também. Cheguei a pensar em como eu iria me acostumar com a tua ausência, me perguntei até quando você ficaria aqui mesmo não estando mais, e o que fazer pra me acostumar sem você. E as músicas que cantávamos juntos, e os discos que escolhíamos juntos na Cultura. E o que eu digo se o teu dentista me ligar? E o que eu falo pra sua mãe se ela me procurar? E como eu explico pros nossos amigos que hoje eu vou sair só e que, na verdade, nunca te pertenci? E o que eu falo se me perguntarem por você, o que eu invento pra te esconder e o que eu digo pra ninguém perceber que apesar da distância você ainda está aqui, bem perto? E quando você se preocupava com o meu silêncio, quando me questionava se tinha feito algo de errado porque você às vezes falava merda e nem percebia. As mensagens simples que você enviava perguntando se a aula de economia tinha encerrado porque você precisava me ligar e falar sobre um restaurante novo que cê encontrou na internet e que a gente precisava ir. E toda manhã você estava ali, mesmo não ocupando a minha cama ocupava a minha caixa de mensagens. E toda tarde você aparecia e mesmo não me olhando nos olhos, sabia como os meus desejavam te ver naquele momento. O que ficou de você me dá um medo danado só em pensar que eu posso te encontrar com outro alguém e ter que fingir que tá tudo bem, que tá tudo certo. Preciso te dizer que, de todas as coisas que você deixou, a pior e não menos dolorosa, é aquele restinho de sentimento no fundo da gaveta, coberto por saudade abarrotada, é quela lembrança debaixo de tanto entulho que eu fingia não me importar mais, aquele restinho de amor empoeirado que eu nem sabia que existia. O foda é quando o amor resolve ficar mesmo quando tudo tem ido.
Horizonte Distante Los Hermanos Por onde vou guiar O olhar que não enxerga mais Dá-me luz, ó Deus do tempo Dá-me luz, ó Deus do tempo Nesse momento menor Pr'eu saber seu redor A gente quer ver Horizonte distante A gente quer ver Horizonte distante Aprumar Através eu vi Só o amor é luz E há de estar daqui Até alto e amanhã Quem fica com o tempo Eu faço dele meu E não me falta o passo, coração E não me falta o passo, coração Avante A gente quer ver Horizonte distante A gente quer ver Horizonte distante Aprumar

domingo, 27 de julho de 2014

Sobre ser livre do coração.

Acho que estou vivendo uma bela contradição sobre o que supus de mim mesma. Ser livre de cabeça não é doloroso, o que dói é ser livre do coração. Quando o amor se liberta, quando sentimentos acabam daquela forma que tantas vezes questionei. Pois é, estou do outro lado.
Indiferente, seco, vazio. Posso dizer que são estes os sentimentos que me atormentam agora. Mais cedo, me espremia pra sair algum sentimento, eu queria derramar alguma lágrima. Estar desse lado é mais dolorido, talvez, do que do outro que ainda ama. Eu acreditei em mundos diferentes que poderiam encontrar um elo. Um equilíbrio, mas vejo que os mundos e seus vícios tão diferentes, apesar das necesidades serem iguais, não evoluem para o sempre. Eu evolui como mulher e como pessoa, mas meu corpo não. Eu nunca satisfaz os desejos alheios porque me guardava para um único. Que com um tempo, mais uma vez foi morrendo, mas desta vez rapidamente. Rápido demais!!! Ouvi da pessoa mais extraordinária que conheço, que para manter uma relação monógoma, se satisfazia sozinho , longe de mim e que as vezes fez, porque eu chegava cansada e ele precisava se aliviar. Mas fica a pergunta pra ele pensar e responder para sí, será que ele me procurou com amor ou veio de qualquer jeito, porque eu me recusei sim algumas, mas foi porque eu via que seria uma qualquer coisa , só para satisfazê-lo . Eu me satisfiz sozinha várias vezes porque não queria cobrá-lo e sempre com aquela insegurança de que estava sendo desamada aos poucos. Enquanto ele periodicamente vivia suas fantasias longe de nossos lençóis e quem sabe não repetiria o erro do início, com outro corpo fisicamente presente. Não é a masturbação. E sim como anda a relação. Se você se satisfaz e deseja o outro da mesma forma de antes, lindo!!! Mas eu estive carente por muitas vezes e me amei pensando nele. Sussurrando seu nome,esperando que ele retornasse e me amasse como eu fiz. E depois de dois anos, percebi que estávamos vulneráveis as mesmas crises, aos primeiros erros que ele cometeu. E sinceramente, eu não quero mais sofrer. Eu não quero pagar pra ver!!! Triste é, eu sinto muito mesmo!!! Mas quando ouvi tudo o que ele me disse, foi como se ele tivesse colocado uma foice no meu peito e se arrancado. A sensação é que perdi a memória, mas desta vez............ ..............do coração. Repito: Melhor sentir qualquer coisa, do que não sentir nada. Vá por mim, é horrível e eu ainda nem tenho inspiração para escrever menos direta e mais literária. Eu ainda não consegui comer, pensar, só sinto um vazio enorme e falta dos meus sentimentos, que eram tão sinceros e bonitos.

O que se sente

Uma dor que não dói, um amor que não se sente mais. Incrível o vazio, ele realmente destrói e nos deixa a míngua sem nenhuma lágrima cair.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A ultima gota!!!

Neste momento eu quero um encontro discreto com as palavras, elas que gritam dentro de mim há um longo tempo. Palavras minhas sem a menor obrigação de serem compreendidas, dispensando as críticas, os "achismos", os julgamentos . Dispensando o que não é mais necessário. Querendo apenas o que soma. Estou cansada de diminuir essa vida. Eu nunca gostei do silêncio e também nunca consegui dormi no escuro. Eu não sabia se era medo, pânico. Sempre ficava uma inquietação na minha alma, nos meus pensamentos. Eu ouvia a minha respiração, as batidas do meu coração. Eram barulhos insuportáveis. Posso dizer que durante toda a minha vida eu dormi com a televisão ligada, ouvindo o barulho dos outros, e percebo o quanto fui infiel comigo mesma. Hoje sei que naquele silêncio ensurdecedor e naquele escuro temeroso eu encontraria muitas respostas. Ali, era o encontro que eu busco hoje, o encontro comigo mesma. Foram tantas noites que eu insisti em não me ouvir, em não ouvir meu coração. Foram noites que eu recusei ouvir minha própria respiração, era como se eu recusasse sentir que estava viva. É preciso algum tempo na vida para assimilar algumas coisas, e eu sempre tenho a impressão de que pra mim esse tempo demorou muito. É claro, eu contribui muito pra isso, disso eu não tenho dúvida. Foram muitas às vezes em que eu me atirei na vida sem nenhuma rede de proteção, é o pior, sempre achei que lá em baixo alguém ia me segurar. Foram tantos tropeços, quedas, mentiras, falsos sentimentos, trapaças, decepções e ainda há quem diga que a vida é isso mesmo. Não, não é mesmo. Eu sei exatamente quais foram os meus pecados, eu não fui sempre uma boa pessoa. E sabe do que eu me arrependo? De ter tentado ser, de ter ido dormir muitas vezes calando a minha voz e ouvindo a voz da televisão, de ter ensaiado muitos textos e não ter subido no palco com eles, de ter aceitado das pessoas o que elas nunca aceitaram de mim. E acredite, ainda existem fantasmas que levarei comigo por um bom tempo. Mas eu acalmo a minha alma assim, acreditando que na vida a gente leva vários escorregões, uns ralam pouco e outros não, por isso você não vai dando importância. É igual aprender a andar de bicicleta, quando você leva aquele super tombo é que percebe o quanto precisa aprender rápido, porque a vida não espera. Talvez eu ainda não esteja tão bem no meu pedalar, mas eu vou devagarzinho, sempre olhando pra frente, uma pedalada atrás da outra com todo cuidado, afinal, já tenho muitas cicatrizes no meu joelho. E eu já nem tenho medo do escuro e o silêncio não me incomoda mais. Hoje com toda segurança eu desligo a TV, e o único barulho que eu ouço é do meu coração. Ah e por que meus olhos estão vermelhos? Eu chorei. Chorei toda a noite. Deixei até a ultima gota cair. Mas, quando o sol nasceu, eu aceitei o abraço do sono e dormi. Antes dos meus olhos se fecharem eu ainda consegui desejar que tudo voltasse ao normal quando eu acordasse. E eu não mais acordei. Foram as minhas últimas lágrimas.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Mulher

Nem sempre esclareço tudo o que sinto. Aprendi na escola a pensar a lógica matemática, a realizar raciocínios exatos, a cumprir regras precisas à rigidez do correto, a chegar à hora marcada, antes do toque de entrada. Tudo isto tinha uma explicação coerente dada pelo mundo, tal como tinha uma razão o que aprendia no resto da vida, o pão do pequeno almoço, o leite do lanche, o beijo do cumprimento, o sono da noite. Até determinada altura vivi sob orientação externa de carácter definido, métodos orientadores de ações fundamentais ao crescimento, rigores preestabelecidos que permitem a uma mente imprecisa e evolutiva caminhar num espaço externo, do corpo para fora, anos depois. Nesses anos depois, quando o intelecto amadurece, nem tudo se explica, tudo se sente, eventualmente tudo se aceita. Falo por mim, muito embora compreenda (e aceite, lá está) outras reflexões. Não consigo explicar inúmeras sensações que tenho, alcançar sensibilidades que me assaltam, perceber o vácuo do mundo que não se mede, que não se contabiliza, que não se regista. Facilmente, e por outro lado, entro nos caminhos seguintes, ou seja, depressa aceito, e já senti de tudo um pouco. Esta visão parece-me uma mais-valia profissional, muito embora o sentir-me aquém seja uma constante: todos querem respostas válidas para agarrar a mente, que não há quem a segure, quanto mais o corpo. Não tenho, lamento e uso dizer, mas não tenho de todo. Porém, o verdadeiro busílis encontra-se em mim e comigo. Se rapidamente aceito e não explico, fico-me porém com os sentires, a esses não há como fugir. E o que fazer com aqueles que me invadem na calada da noite, de emboscada, impossíveis de matar, ocultos de tudo o que me seja coerente? Também não sei, lamento e uso pensar, mas não sei de todo. E sendo assim concluo que sei pouca coisa, sinto em demasia, explico quase nada e aceito quase tudo. Sou aparentemente estupenda. E assustadoramente real.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Decorreram apenas anos desde que ele partiu. Passaram-se vidas, existências inteiras que em suas linhas divisórias se confundem, formando um emaranhado de histórias sem começo nem fim concretos. Quantas vezes já não morri pra nascer de novo, por vezes mais forte, pra morrer fraca e nascer cruel, pra morrer de amores e nascer com a esperança de quem nada sofrera, morrer por nada e nascer com tudo. E distantes se tornam outras vidas, como se fossem lembranças de um filme que outrora assisti. O que sou senão vários personagens entranhados em tão diferentes histórias? Impossível unir tudo em uma só película. A inconstância das coisas é dificilmente compreendida por quem não a vive e o tempo psicológico ultrapassa o tempo real. No meio dessas vidas se misturando se confundindo me enlouquecendo, de repente escapou-me a vida que até então predominava sobre tudo. Eu estava viva sem ele e não sei se aquilo se chamava alivio ou vazio, mas me sentia diferente e desamparada. Perdi a maior de minhas dores, mas era a dor essencial. Aonde me apoiar se o que me fez eu mesma, já não fazia mais parte de mim? Se por acaso um dia esse tecido invisível que me cobre por inteira e desde sempre me sufoca se desgrudar de meu corpo, o arrancarei com tanta força, e o rasgarei todo, todo, para que não possa nunca mais vestir nenhuma frágil existência que não tem a força interior necessária para se desprender dessa casca ilusória que impede qualquer movimento senão interior e prende a nossa essência dentro da gente, de modo que ninguém possa compartilhar do que há de bonito em nossa alma (e de feio também). Livrando-me desse empecilho, suspirarei com tanto prazer ao sentir minha face livre tocar o ar, que ele poderia se machucar com tamanha força de expiração. Será uma dor boa perder o que sempre me guiou (contra todas minhas vontades), acho que gritarei por surgir dentro de mim uma sensação repentina de coragem que num movimento impulsor grita para mostrar poder; ou gritarei devido à uma felicidade incontrolável, dessas que querem rasgar o peito e pular pro mundo; ou até de susto por ser uma sensação desconhecida que brotou inesperadamente; tanto faz porque no fim o grito é o mesmo. Gritante e despida, jogarei os retalhos pútridos da vestimenta contra o vento, que com a minha recomendação, os levará para qualquer dimensão inalcançável para que nunca qualquer anjo mau os costure e tente me vestir à força novamente. Juntarei os pedaços de cada história interrompida por esse manto que cobria meus olhos, sufocava minha fala, impedia minha respiração, e consertarei meticulosamente a vida que perdi. Correrei contra os fatos, voltarei no tempo, mudarei o sentido da terra. Para sempre nua dos meus medos. Mas por enquanto...vou vendo alguns outros amores, se encontrando em encaixes perfeitos de si, e eu continuo com medo desse meu encaixe hoje, descobrir que não sou mais tão interessante assim...ou sou, de repente, sei lá!! A vida é uma caixinha de surpresas!

domingo, 28 de julho de 2013

Quando o amor por uma lasciva fêmea me amarrotava o coração, senti a necessidade de largar o meu feixe de palavras incendiárias a respeito do que julgo ser o homem, de para onde caminha a humanidade e de todo o esterco filosófico que em tantos anos de história fora produzido e levado a sério – Bela arte, isso é inegável. A arte se torna bela ao passo que nela há o crime, o punhal que enxerta na carne e faz jorrar o sangue, que traz à luz do mundo visceral as vísceras, o acidente e o profundo mistério incoercível de todas as coisas. Ser tudo no crime, diz Pessoa. Sintetiza, com isso, o ideário principal, a sublimação, a catarse, o amor, o ódio, e o panteísmo em uma única frase. Ser tudo no crime, verso incólume da Ode Marítima, que ora vaga pelo que se vê ora pelo que se sente, e abrevia na máxima força dessas poucas palavras o que deve ser a criação artística que subleva. Mas havia o amor e os meus sonos eram tranqüilos, tudo acontecia por dentro como se nada acontecesse por fora; chega a ser constrangedor expurgar essas palavras, mas aqui não omito de expor o que julgo ser a minha verdade: é um exame de auto-consciência pela vergonha própria. Há no mundo milhões de “Srs.K”, que, diferentes dele, dardo d’O Processo, livro de Kafka, sabem o porquê de suas sentenças e permanecem inócuos em relação a isso, como se não houvesse nada, como se a busca pelo pão e pela ejaculação diária lhes vendasse os olhos e lhes impossibilitasse de desejar algo além. Compreendamos: para seres que há algum tempo andavam como macacos, até que evoluímos... corporalmente; a irracionalidade é a mesma e o instinto também. Devo me dizer humanista? Ora, quem cria a síntese e moldura a imagem difusa da verdade são os filósofos. A mim cabe dar-vos a encenação de minha queda na lama, afinal também desejo por ser ídolo. Eles só são amados, os ídolos, quando dão o show, quando dramatizam, à maneira Beckettiana, o espetáculo. A flor do amor fora pisada, amalgamei com poéticas e hediondas lágrimas pétala por pétala; de início, surgem a angústia e o ódio; depois, quando passado algum tempo, vem todo o ar de uma liberdade que não existe; e você se sente livre por não mais haver de se subjugar a nada, só à inutilidade de suas considerações reduzidas sobre a vida, ao arroubo de pensar, que por ter uma soma de pecúlio, é alguma coisa; e a masturbação diária ganha vida com o corpo de uma outra mulher. Sobreviver, eis máxima. Pela sobrevivência eu vivo; procrastinar-se é metafísica e está além dos homens.

O dinossauro.

Um ser cheio de culpas por não aceitar os deslizes provocados pelos seus inevitáveis instintos; um ser cheio de ansiedades por exigir os resultados de forma demasiada; um ser que não se admira, nem se conforta em sua condição humana capaz de contemplar, de admirar, por viver na amarga ilusão de um futuro. Dinossauro é um ser que apedreja um cachorro na rua por acreditar que ele não sente por que não é gente e não tem razão, mas que por ser robótico, consegue reproduzir os discursos cobrados pela sociedade e exige da humanidade um maior cuidado com a natureza. Dinossauro é um ser angustiado, incapaz de pensar sobre si mesmo, apesar de produzir inúmeros artigos científicos nos congressos da vida. Um ser atormentado que procura o divã e sequer consegue chorar, pois a sua condição de máquina cobra dele uma força calculada e anti-humana. Ele se acha bastante à frente da natureza por acreditar que é humano e por ter razão, mas não percebe que a sua racionalidade o torna um ser capaz de ficar muito atrás dos animais, ou seja, daqueles que ele afirma como inferiores por serem “irracionais”, afinal, é uma cabeça pensante perdida de si mesma. O galo na casa do seu vizinho canta todos os dias às 04:30 da matina. Dinossauro às vezes só consegue dormir às 05:00 por estar atormentado com tantas cobranças para o futuro e por ter acabado o seu remédio para a ansiedade. Já, já se acordará, saberá qual o dia, mas ao dormir, assim como todas as noites, não perceberá o tempo. Conselho: O torto não tem compromissos com seus sentimentos. Se você for alguém preso a valores e verdades muitas, por favor, evite o torto porque você pode enfartar. Essa é nossa marca desde o primeiro dia e isso não acaba, é da natureza do movimento. O torto critica o que você disser com muita avidez, não adianta você achar que está na casa da mamãe, o torto é tudo menos este lugar. Muitas quizilas eu tive com o torto. Um dia pensei em deixá-lo, logo em seguida pensei: E onde vou? Onde escrever e sentir a adrenalina no outro dia sabendo que pode vir uma rosa ou chumbo grosso? Então decidi ficar por aqui e estou me dando muito bem, mesmo sabendo que dou duro para escrever um conto e os comentários são pouquíssimos, pelo menos dos membros do torto. Mas não estou nem aí para isso, o torto é minha mídia e o mundo já percebeu minha existência.