Quem tem a alma, feita de estradas e coisas boas
não anda á toa, nem traz "nos tento" laço emendado
estende a armada de toda trança, volta e rodilha
e da presilha, enxerga o pealo, lá do outro lado.
Eu sou assim, de lua e sol e de ventania
na rebeldia de um potro que "inda" se amansa
num dia desses, quando o setembro puxar do queixo
de certo deixo, de ser estrada, pra ser lembrança. Se queres saber de mim
não olhes os meus retratos
julgando saber-me assim.
Se queres saber quem sou
não busque nas minhas respostas
quando perguntas onde vou.
Se queres saber quem é
esta que te sorri
não olhe para a mulher.
Que não me saberás pelo sorriso,
não me conhecerás pelas respostas,
meus retratos são imprecisos,
a cada dia traço novas rotas.
Se queres porventura, um dia,
entender deste coração,
olhe meus olhos primeiro:
é neles que mora a poesia
que me explica dia após dia
e me mostra por inteiro.
Se queres saber-me de fato,
recomendo-te menos cuidado,
muito carinho, pouca fala,
mais riso e tato, muito tato.

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