sábado, 16 de abril de 2011

Coisas vãs

- Os espasmos?
- Devidamente esquartejados.
- As palavras?
- Puro éter, senhor.
- Convulsões impertinentes?
- Sempre implodidas.
- Alguma seqüela?
- Ausência de alma. E vômitos noturnos.
- Não suspender a morfina.
__________________________________________________________________________
Ofendo, pois, tua quimera exaltada com tais alegorias insolentes?
-Posto que sim.
-E isso lhe dói?
-Me dói todo o sangue, dos ossos aos profundos arquétipos da alma.
-E não lhe proporciona sentir-se livre?
-Mas é uma liberdade, por assim dizer, tão insatisfeita...
-O que é a satisfação?
-Ah, é o viver desvinculado, sem quaisquer auto-questões perturbadoras.
-Entendo.

E já não é possível um passo sequer a ser dado por mim.

_____________________________________________________________________
você
sentimentalizou demais
e
colocou poesia demais
onde não deveria
e
não percebeu que esse mundo
é rápido
que nem uma faca

o vento já decepou a luz
a tempestade se afirmou em torno
o seu lugar (mais uma vez)
é a escuridão

________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário