- Os espasmos?
- Devidamente esquartejados.
- As palavras?
- Puro éter, senhor.
- Convulsões impertinentes?
- Sempre implodidas.
- Alguma seqüela?
- Ausência de alma. E vômitos noturnos.
- Não suspender a morfina.
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Ofendo, pois, tua quimera exaltada com tais alegorias insolentes?
-Posto que sim.
-E isso lhe dói?
-Me dói todo o sangue, dos ossos aos profundos arquétipos da alma.
-E não lhe proporciona sentir-se livre?
-Mas é uma liberdade, por assim dizer, tão insatisfeita...
-O que é a satisfação?
-Ah, é o viver desvinculado, sem quaisquer auto-questões perturbadoras.
-Entendo.
E já não é possível um passo sequer a ser dado por mim.
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você
sentimentalizou demais
e
colocou poesia demais
onde não deveria
e
não percebeu que esse mundo
é rápido
que nem uma faca
o vento já decepou a luz
a tempestade se afirmou em torno
o seu lugar (mais uma vez)
é a escuridão
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