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Por vezes, julgo ter uma ideia demasiado definida sobre este assunto. No meu entender, é das coisas mais trabalhosas que temos na vida mas das mais valorativas que algum dia viveremos. É algo que exige uma dedicação constante mas que nos retribui esplendorosamente
Muitas vezes, não é fácil passar da ideologia de uma relacionamento correto para a prática de situações e vivências. No entanto, todos os dias aprendo, um ensinamento essencial à compreensão das melhores coisas da vida.
Para mim, viver algo assim é aprender a dar e a receber, dedicando-me a 100%, mas não se limitando e nem fazendo isso com o outro. Sou assim. Dou tudo o plausível, mesmo correndo o risco de me magoar. Não importa. Saboreio preciosamente o processo de observar e reger-me por aquilo em que acredito...viver no entendimento de pensar num nós e não no eu. A essencialidade de ouvir e permanecer ao lado, mesmo que não concorde, o sentir que temos alguém que estará ali, nem que seja apoiando silenciosamente. O sentimento de haver sempre tempo para a outra pessoa. O relembrar, sempre, os primeiros momentos passados com essa pessoa...o cheiro...o local...o toque...a situação...tudo é importante. Seria capaz de enumerar cada pedaço do caminho que construo dias após dia.
Talvez por tudo isto, o que dou hoje tem exatamente a mesma intensidade do que dei no começo de tudo e será igualmente idêntico ao que darei, pois tudo muda mas quando o sentimento permanece não há razão para perder as pequenas coisas que fazem toda a diferença.
Tenho estado apática. Assisto a tudo intacta. Penso. Deixo-me estar recolhida nos meus pensamentos. Analiso. Assim permaneço.
Por vezes, irrita-me ser assim. Quero tanto conseguir fazer tudo e ser capaz de tudo que quando entendo que não se consegue obter tudo, desmorono. Caio numa análise profunda do que me incomoda.
No fundo, tudo se resume a me mostrar indestrutível, enquanto que na verdade vivo numa vulnerabilidade que me paralisa em certos momentos.
Gostava de acordar um dia e tê-lo só para mim. Apreciar cada passo que desse nesse dia. Desde o acordar com um sol deslumbrante a aproveitar cada segundo. Gostava de pegar num livro e absorver cada palavra como se fosse parte constituinte de cada capítulo. Pegar nas pessoas mais importantes e partir por esse mundo fora (nem que por um dia). Almoçar em qualquer parte do mundo e deter aquele sentimento de que o futuro será maravilhoso.
É complicado. A vida não é um mar de rosas. Tenho a idade ideal para aproveitá-la mas outros feitos importantes de responsabilidade se sobrepõem e tenho de deixar de parte esta veia sonhadora e ideológica e limitar-me a aproveitar a minha vida de uma forma adulta...
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